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Mundo A saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã ampliou as incertezas no mundo: A decisão de Donald Trump reforçou o desmonte do legado de Barack Obama

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Trump diz que “o regime iraniano é o principal patrocinador do terrorismo”. (Foto: Dan Scavino Jr./White House)

A decisão de Donald Trump de retirar os EUA do acordo nuclear com o Irã ampliou as incertezas no mundo, enfraqueceu o multilateralismo e distanciou ainda mais Washington dos velhos aliados europeus. Ao cumprir mais uma promessa de campanha, o presidente norte-americano reforça o desmonte do legado de Barack Obama. Apesar de em seu discurso ter deixado em aberto futuras negociações, o republicano adotou um tom forte, prometendo sanções inclusive para os países que continuarem a colaborar com Teerã. As informações são do jornal O Globo.

Estou anunciando que os EUA vão se retirar do acordo nuclear com o Irã”, disse Trump em um discurso de 11 minutos. “Em alguns minutos, assinarei um decreto restabelecendo as sanções dos EUA ao regime iraniano. Nós estaremos instituindo o mais alto nível de sanção econômica. Qualquer nação que ajude o Irã em sua busca por armas nucleares também poderia ser fortemente sancionada pelos EUA.”

Embora esperada, ainda mais após a chegada de fortes críticos ao acordo ao núcleo do governo norte-americano – como o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton – a decisão contraria parceiros históricos. Além de EUA e Irã, assinaram o acordo, em 2015, França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China, estabelecendo o fim do programa nuclear bélico iraniano, com fiscalização externa, em troca da suspensão dos embargos econômicos ao país. Trump criticou estas fiscalizações – aprovadas pelos europeus e pela ONU – e disse ter “provas definitivas” de que Teerã mente, seguindo a versão divulgada na semana passada por Benjamin Netanyahu, premier de Israel.

O regime iraniano é o principal patrocinador do terrorismo. Ela exporta mísseis perigosos, alimenta conflitos em todo o Oriente Médio e apoia terroristas como o Hezbollah, o Hamas, o Talibã e a Al Qaeda”, alegou Trump. “Este acordo desastroso deu a este regime, um regime de grande terror, muitos bilhões de dólares.”

O fim das sanções ao Irã também iniciou um redesenho de forças no mundo árabe, com a Arábia Saudita – grande aliada de Washington – temendo perder influência na região. Em linha com o posicionamento do governo israelense, Trump criticou o fato de o Irã, desde o acordo, ter ampliado em 40% seus gastos militares.

“Trabalharemos com nossos aliados para encontrar uma solução real, abrangente e duradoura para a ameaça nuclear iraniana. Isso incluirá esforços para eliminar a ameaça do programa de mísseis balísticos do Irã; parar suas atividades terroristas em todo o mundo; e bloquear sua atividade ameaçadora em todo o Oriente Médio”, disse Trump, que fez uma advertência a Teerã: “Se o regime continuar com suas aspirações nucleares, terá problemas maiores do que jamais teve antes”.

A decisão afetará empresas norte-americanas e de outros países que façam negócios com o Irã. Logo após o pronunciamento do presidente, o secretário do Tesouro norte-americano, Steve Mnuchin, afirmou que licenças concedidas à Boeing e à Airbus para a venda de cerca de 200 aeronaves ao Irã serão revogadas com a reimposição de sanções ao país.

Em Teerã, o governo reagiu em um tom que mesclou moderação e ameaça. Ao mesmo tempo em que prometeu que trabalhará com europeus, chineses e russos para cumprir o tratado, o presidente Hassan Rouhani advertiu que o Irã retomará seu programa nuclear e enriquecerá urânio “como nunca” se não houver uma solução logo. Obama, que assinou o acordo, criticou a decisão de Trump. Segundo ele, foi um erro.

“O JCPOA [sigla em inglês para Plano de Ação Abrangente Conjunto] está funcionando. Essa é uma visão compartilhada por nossos aliados europeus, especialistas independentes e o atual Secretário de Defesa dos EUA”, escreveu Obama.

Toby Dalton, codiretor do Programa de Política Nuclear do Carnegie Endowment for International Peace, disse que a decisão de Trump amplia a incerteza no mundo e pode fazer com que muitos países retomem uma corrida armamentista. De imediato, vê um aumento das tensões entre Irã e Israel e entre Arábia Saudita e o Irã. Apesar de acreditar que pode se tratar de um blefe para forçar um novo acordo, Dalton diz que a decisão unilateral americana diminuiu a credibilidade do país.

“A decisão de Trump de violar um acordo ao qual todas as outras partes estão em conformidade é uma ação americana unilateral cujas consequências provavelmente ocorrerão ao longo de décadas. Isso prejudica a confiança dos aliados e parceiros dos EUA e diminui a credibilidade americana. Ela erode a imagem de um país que cumpre seus compromissos”, disse.

Gordon Adams, professor de Relações Internacionais da American University, na capital americana, afirma que com a decisão “Trump diz adeus ao projeto de ganhar o Nobel da Paz”, pois deixou o mundo muito mais inseguro.

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