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Por Redação O Sul | 21 de maio de 2018
A segunda das quatro cirurgias necessárias para separar as duas meninas que nasceram unidas pela cabeça em 2016 foi concluída de forma satisfatória no final de semana em Ribeirão Preto (a 313 quilômetros de São Paulo). As informações são dos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo.
O procedimento cirúrgico, que durou oito horas, foi realizado no sábado (19) no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto. De acordo com o hospital, as irmãs Maria Ysabelle e Maria Ysadora, de 1 ano e 9 meses, estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva pediátrica do HC e respondendo bem ao pós-operatório.
A operação contou com a presença do neurocirurgião norte-americano James Goddrich, visto como referência na área. A família de Maria Ysabelle e Maria Ysadora é do Ceará e está com elas em Ribeirão desde o início deste ano.
Duas cirurgias
Para a separação total das meninas, ainda serão necessárias mais duas cirurgias. O primeiro procedimento foi realizado no dia 17 de fevereiro, com sucesso. O jornal Folha de S.Paulo revelou, em janeiro, que o HC de Ribeirão, após um ano de exaustivo planejamento, realizaria o procedimento, um dos mais complexos que já ocorreram no País.
Casos de craniópagos, que nascem unidos pela cabeça, são raríssimos: ocorrem em uma proporção de 0,6 por milhão de nascimentos.
Crânio e cérebro
Antes da primeira cirurgia, o crânio e o cérebro das duas irmãs foram reconstruídos de forma tridimensional.
Em cada uma das cirurgias, uma parte do crânio será aberta. Veias e partes sobrepostas de uma área dos cérebros serão separadas. Na última cirurgia, a mais complexa, serão separadas as veias, o cérebro e o osso das meninas. A cabeça de cada uma delas será reconstruída – o crânio e a pele.
O procedimento mobilizará equipes de neurocirurgia, cirurgia plástica, anestesistas, neurorradiologistas, pediatras e intensivistas. Tudo em dobro, pois serão duas na mesa de operação. O valor de uma cirurgia como essa é calculado em US$ 2,5 milhões (R$ 9,35 milhões) na rede privada dos EUA. Na rede pública, como é o caso das meninas, o custo é bem menor.
O hospital de Ribeirão Preto informou, em sua página no Facebook, “que as irmãs unidas pelo crânio foram submetidas à segunda etapa do tratamento cirúrgico para separação de ambas. O procedimento cirúrgico foi minuciosamente planejado. As gêmeas já estão acordadas, respondendo bem, e seguem para cuidados na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica”.