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Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2017
A mulher que vive seu tempo, sua força e sensibilidade. Faz do processo criativo uma forma de estar no mundo, seja nas artes plásticas, na música, na literatura, no artesanato, no design. Ela está conectada ao que a vida lhe oferece como história e protagonismo, fio condutor que delineia formas, tramas, canções, cartas. Essa mulher representa muitas, de várias faces, momentos, dores, amores, alegrias e etapas superadas. Outras ainda hão de vir. E ela não espera, mantém o olhar firme não como estratégia de embate, tampouco sobrevivência, apenas enraíza os pés no chão como dona do seu lugar.
Sala Cor de Rosa e Carvão, nome inspirado no álbum da cantora Marisa Monte e que embala o ambiente habitado por uma mulher, que faz da escrita sua expressão, dos encontros seu mais sincero aconchego. Essa é a ambiência concretizada pela arquiteta Juliana Pippi, nesta edição da CASACOR Florianópolis 2017. O living de 110 m2 – que integra hall, sala de estar, sala de jantar, bar, lavabo – evidencia a leveza do rosa claro, nude e tons de branco em contraste com a potência do preto e grafite.
“Uma sala para viver, conviver, receber, brindar, escutar música, ler ou escrever. Esse é o mood do projeto, pensado dentro do universo feminino, com estilo cosmopolita e universal. Quero resgatar pequenos e prazerosos gestos do dia a dia”, destaca Juliana.
No décor os trabalhos de designers, artistas e escultoras dão alma ao espaço. Nomes como Tomie Ohtake, Eloá Carvalho, Nina Lima, Jacqueline Terpins, Renata Moura, Heloísa Galvão, Carol Gay assinam as obras e objetos a serem admirados. A seleção ainda conta com a curadoria do antiquário de Paloma Danemberg e peças do portfólio de Jader Almeida – metais da Deca e espelho Milan da Sollos fornecidos pela Icon.
Lançamentos aparecem no living como o piso de madeira natural em carvalho americano. O acabamento foi desenvolvido especialmente para a mostra, cujo método envolve pré-etapa de escovamento para receber uma camada em verniz fosco de alta resistência, responsável por manter a característica natural do material.
No forro, Juliana criou uma paginação completamente diferente. Utilizou ripas naturais de madeira TECA – Morada Eco – com fundo preto para dar efeito de profundidade. O design, criado exclusivamente para o espaço, aproveita toda a performance do produto natural. A iluminação é mimetizada na estrutura. A arquiteta pontua no projeto luminotécnico a presença do Pendente Flamingo, da Ouse Iluminação, sobre a mesa de jantar.
O Wall Paper com o papel Merci é exposto pela primeira vez no Brasil. Assim como as peças raras garimpadas que pontuam a decoração: os moldes de maquinário português do século XX e a chapeleira francesa em madeira clara acetinada “bois fruitier”. Mais novidades apresentadas ao mercado catarinense são assinadas por Patricia Anastassiadis para a Artefacto.
O mobiliário é personalizado, fabricado pela Bontempo Florianópolis, e os painéis exibem grafismo autoral, revelando desenho da arquiteta. Destaque, ainda, para a tapeçaria artesanal marroquina, acessórios e objetos handmade.