Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo A turbulência, o enfrentamento e a bonança econômica são as marcas dos dois primeiros anos de Donald Trump na Casa Branca

Compartilhe esta notícia:

Foram 720 dias marcados por polêmicas e polarização. (Foto: Reprodução)

A turbulência, o enfrentamento e a bonança econômica são as marcas dos dois primeiros anos de Donald Trump na Casa Branca, completados neste domingo (20). Neste 720 dias, a polarização no país foi incomparável à de qualquer outro período da era moderna. Trump pôs em prática a plataforma conservadora que o elegeu — na área ambiental, no Judiciário e na economia. Sob o lema “América primeiro”, ele mudou a política externa americana, incompatibilizando-se com antigos aliados dos EUA e engrossando a competição com a China. Não conseguiu, no entanto, fazer avançar nem sequer um metro do muro na fronteira com o México que foi sua promessa de campanha.

O mais longo período de paralisação parcial do governo americano exemplifica a disfuncionalidade do governo Trump e a maneira como ele faz política: age primeiro de forma agressiva para depois tentar negociar — com a Coreia do Norte, com a China ou com a oposição no Congresso.

Enquanto batalha pelo muro como legado dos dois anos que lhe restam — ou seis, se reeleito em 2020 — Trump corre o risco de passar a segunda metade do primeiro mandato acossado por investigações, ameaçado de impeachment e refém dos democratas no Congresso. Os fantasmas da interferência russa na campanha de 2016 e do pagamento ilegal pelo silêncio de supostas amantes podem ditar o ritmo da Casa Branca.

Seja como for, polêmicas e crises que brotam na velocidade de um tuíte devem continuar para o presidente que nunca tentou unir o país, atua como se estivesse em campanha e já conseguiu não passar em branco nos livros de História.

Política interna

Desde Richard Nixon, os EUA não viviam uma presidência com tanto alvoroço. Livros e artigos anônimos descreveram o caos na Casa Branca. Um recorde de 13 dos 23 integrantes do Gabinete inicial de Trump não sobreviveram à metade do mandato. Com retórica de enfrentamento constante, Trump nunca fez questão de soar como um estadista nem de compor com os democratas. Sofreu uma grande derrota eleitoral nas eleições de meio de mandato, ao perder o controle da Câmara dos Deputados, mas segue vivo e influente no tabuleiro político de 2020. Atravessa o maior impasse orçamentário da História dos EUA — por causa do muro na fronteira com o México — sem sinais de negociação.

Diplomacia

Trump impôs mudanças extremas e rápidas na política externa americana. Tirou os EUA do Acordo do Clima de Paris, transferiu a embaixada americana em Israel para Jerusalém, saiu do acordo nuclear com o Irã, ameaçou e depois abriu negociações com a Coreia do Norte. “Talvez a única sinalização positiva tenha sido a retirada de tropas americanas de guerras sem fim, como a Síria e o Afeganistão”, afirma Juan Carlos Hidalgo, do Cato Institute. “Abandonou aliados históricos, como a Europa e o Canadá, rompendo uma ordem que vigorava desde o fim da Segunda Guerra Mundial”, aponta Erick Langer, da Universidade Georgetown.

Ambiente

O presidente americano desfez uma série de regulamentações ambientais aprovadas durante o governo do seu antecessor, o democrata Barack Obama. A questão das mudanças climáticas passou longe das suas políticas, o que fez a alegria de muitos empresários, em especial os de setores poluentes. “Mas a área ambiental é onde há um dos mais graves escândalos do governo, com acusações de uma atuação ilegal do lobby das empresas na Agência de Proteção Ambiental”, afirma Juan Carlos Hidalgo, do Cato Institute. Ele lembra que este tema é um dos que têm maior impacto global no governo Trump. Em 2017, os EUA anunciaram a saída do Acordo de Paris.

Judiciário

Talvez a área mais bem-sucedida do ponto de vista de Trump, que nomeou dois relativamente jovens juízes para a Suprema Corte, criando uma maioria conservadora que pode durar décadas. “Mais do que isso, nomeou dezenas de juízes federais conservadores por todo o país, garantindo um legado e justificando o voto de muitos, sobretudo evangélicos, que votaram em Trump mesmo sem confiar totalmente nele, apenas pela Suprema Corte”, diz Erick Langer, da Universidade Georgetown. “Por outro lado, não houve tanto retrocesso em temas como casamento gay, maconha ou aborto, em um sinal da força da sociedade americana.” Tribunais bloquearam alguns dos seus decretos, incluindo sobre migração, e Trump demonstrou irritação por isso.

Imigração

A imigração ganhou ares de guerra no governo Trump. Sem o seu prometido muro, ele cortou o programa que evitava a deportação de jovens crescidos nos EUA (os dreamers), retirou a proteção de centro-americanos e africanos e baniu a entrada de pessoas de países de maioria muçulmana. Apesar de falar em “invasão”, os dados de deportações são quase estáveis no ano fiscal fechado em setembro em relação ao período anterior. “Ao invés de combater a imigração dos sem documentos, ele prejudica os legalizados”, avalia Erick Langer, da Universidade Georgetown. A separação de crianças dos pais na fronteira com o México e o alarme criado contra caravanas de migrantes centro-americanos foram dois dos piores momentos do seu governo.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

O governador do Estado do Rio Grande do Sul ajuizou uma ação contra o aumento de juízes, promotores e defensores públicos
Um brasileiro com acervo de 700 mil fotos de pornografia infantil foi capturado
https://www.osul.com.br/a-turbulencia-o-enfrentamento-e-a-bonanca-economica-sao-as-marcas-dos-dois-primeiros-anos-de-donald-trump-na-casa-branca/ A turbulência, o enfrentamento e a bonança econômica são as marcas dos dois primeiros anos de Donald Trump na Casa Branca 2019-01-20
Deixe seu comentário
Pode te interessar