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Mundo A Venezuela vota para presidente em meio a desconfiança sobre lisura da eleição

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Maduro disse que vai aceitar resultado se perder. (Foto: Divulgação/Twitter)

“Eu, aqui, diante de vocês, declaro que respeitarei o resultado seja ele qual for, neste domingo, 20 de maio”, prometeu o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, no encerramento de campanha, na última quinta-feira (17).

Dividida entre votar ou não nesta eleição presidencial, a oposição desconfia de que o chavismo não aceitará a derrota caso o candidato Henri Falcón, favorito segundo pesquisas eleitorais, triunfe nas urnas.

Pelas contas de Maduro, seus adversários venceram apenas 2 das 23 eleições disputadas a partir da ascensão à Presidência de seu padrinho político, Hugo Chávez (1954-2013), há 19 anos. Em ambos os casos, assegurou o ditador em discurso, o chavismo acatou a derrota.

Os fatos, no entanto, contam uma história diferente.

Em dezembro de 2007, ao perder o referendo sobre a reforma constitucional que incluía a reeleição indefinida, Chávez disse que a oposição havia tido “uma vitória de merda”.

Pouco mais de um ano depois, em fevereiro de 2009, em novo referendo, o líder venezuelano finalmente conseguiu a aprovação da reeleição indefinida, após campanha marcada por amplo uso da máquina estatal.

A segunda derrota chavista ocorreu em 2015, quando, de forma surpreendente, a coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) obteve a maioria qualificada da Assembleia Nacional, elegendo 112 das 167 cadeiras do Parlamento unicameral.

Em pronunciamento, Maduro reconheceu a derrota. Porém, dias mais tarde, o TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), controlado pelo governo, suspendeu a posse de três deputados, retirando a maioria qualificada da oposição.

A relação conturbada atingiu o auge em março do ano passado, quando o TSJ assumiu as funções do Legislativo, desatando uma onda de protestos por todo o país, com um saldo de pelo menos 121 mortos.

O governo recuou da decisão, mas em seguida convocou uma Assembleia Constituinte, escolhida em julho, em votação boicotada pela oposição. O resultado foi marcado pela denúncia de ao menos 1 milhão de votos inflados feita pela Smartmatic, a empresa responsável pelas urnas eletrônicas.

Sob críticas da União Europeia, do Brasil, dos EUA e de outros países, os chavistas instalaram a Constituinte no início de agosto, a poucos metros de distância do plenário da Assembleia.

Com suprapoderes, a Constituinte usurpou as atribuições do Legislativo. Ao menos em tese, sua presidente, a ex-chanceler chavista Delcy Rodríguez, tem mais poderes do que Maduro. O chavismo também tem sabotado administrações locais e regionais.

Com os seus principais líderes inelegíveis e impedida de concorrer como frente pela Justiça, a MUD decidiu não participar e pregar o boicote. Para concorrer, Falcón rompeu com a coalizão oposicionista.

Ao menos nas pesquisas de opinião, o ex-chavista mantém uma razoável vantagem sobre Maduro. O mais recente levantamento do instituto Datanálisis, por exemplo, diz que o oposicionista tem 30%, contra 20% para o ditador.

Na mesma pesquisa, 71,5% dos eleitores que se declararam de oposição se mostraram dispostos a votar. Entre os governistas, esse percentual sobe para 91,5%.

Com relação aos rumos da Venezuela, cuja crise econômica tem levado centenas de milhares a deixar o país, 66% acreditam que o país vá piorar caso Maduro continue.

Dolarização

Para muitos da oposição, é difícil engolir o candidato oposicionista Henri Falcón, 56, principal adversário de Nicolás Maduro na eleição deste domingo (20).

Ex-militar, como Hugo Chávez, e membro das fileiras oficialistas até 2010, sempre foi visto como um estranho no ninho da oposição, principalmente pelos que não acreditam na via eleitoral, como a ex-deputada María Corina Machado.

Para se candidatar, Falcón rompeu com a MUD (Mesa da Unidade Democrática), coalizão oposicionista.

O ex-sargento e advogado estava alinhado ao núcleo mais duro do chavismo. Em 2008, quando o país já havia se polarizado há bastante tempo, Falcón foi eleito governador de Lara com 73% dos votos.

A possibilidade de voos mais altos provocou atritos dentro do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela).

Fora do PSUV, porém, seu desempenho político tem sido limitado. Reelegeu-se governador em 2012, mas com 54% dos votos. Em outubro do ano passado, não conseguiu o terceiro mandato consecutivo, obtendo 41%, contra 58% para a chavista Carmen Meléndez.

Além disso, o partido fundado por Falcón, Avanço Progressista, é nanico —tem apenas 3 dos 167 deputados da Assembleia Nacional, de maioria oposicionista. Trata-se, segundo ele, de “uma oposição com posição própria”.

Durante a campanha, o ex-chavista teve como principal lema a dolarização da economia como resposta para estancar a maior inflação do mundo —a projeção do FMI para este ano é que superará os 13.000%.

Falcón também prometeu um salário mínimo de US$ 75 (R$ 280). Parece pouco, mas hoje, o piso oficial é de apenas US$ 3 (R$ 11).

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