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Brasil Abdelmassih é indiciado por mais 37 estupros

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Ex-médico (Centro) é conduzido por policiais no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, após ser capturado no Paraguai em 2014. (Foto: Ernesto Rodrigues/Folhapress)

A PC (Polícia Civil) de São Paulo indiciou Roger Abdelmassih, de 72 anos, pela suspeita de ter cometido mais crimes de estupro e de manipulação genética irregular contra outras 37 pacientes, entre 1990 a 2008.

Atualmente o ex-médico está detido em Tremembé, interior do Estado de São Paulo, por ter sido condenado a pena de 181 anos de prisão por ataques sexuais (estupros, atentado violento ao pudor e atos libidinosos) a também 37 clientes, entre 1995 e 2008.

Para a polícia, somando as vítimas da condenação e as que estão investigadas, Abdelmassih cometeu crimes sexuais e de manipulação genética contra 74 mulheres.

As novas denúncias

Nesse inquérito, que começou a ser produzido em 2009, as mulheres acusam Abdelmassih de abuso sexual e irregularidades médicas. Elas narram o que teriam sofrido em duas clínicas de reprodução humana assistida que o então famoso geneticista comandava em bairros nobres da capital paulista.
Todas as pacientes tinham procurado Abdelmassih querendo se submeter a tratamento de fertilização “in vitro” para engravidar. Nos depoimentos, ao menos 30 das pacientes afirmam ter sido beijadas e acariciadas à força.

Entre elas, uma contou que o então médico a obrigou a fazer sexo, quando estava voltando da anestesia. Outra acha que sofreu sexo anal enquanto dormia na mesa ginecológica. Todos esses relatos configuram, pela lei atual, que elas foram vítimas de estupro.

Mais três clientes denunciaram a manipulação genética, além do estupro. E outras quatro contaram ter sido vítimas somente de irregularidades cometidas por Abdelmassih ao manipular geneticamente óvulos e espermatozoides. Há casos de mães que perderam os filhos ou de crianças que nasceram com deficiências.

A maioria das mulheres também relata a insistência do médico em beijá-las durante as consultas e tocar o corpo delas enquanto estavam anestesiadas. “Roger aproveitava as brechas para passar a mãos em suas pernas e seios”, afirmou uma.
Histórico

As denúncias contra o médico começaram em 2008. Abdelmassih foi indiciado em junho de 2009 por estupro e atentado violento ao pudor. Ele chegou a ficar preso de 17 de agosto a 24 de dezembro de 2009, mas recebeu do Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de responder o processo em liberdade.
A denúncia do Ministério Público à Justiça apontou que o médico tinha estuprado 39 pacientes. Ao todo, as vítimas acusaram o médico de ter cometido 56 estupros.

Em 23 de novembro de 2010, a Justiça o condenou a 278 anos de reclusão. Foram considerados 48 ataques a 37 vítimas entre 1995 e 2008. Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça dava a ele o direito de responder em liberdade.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia.

Após três anos foragido, quando chegou a ser considerado o criminoso mais procurado de São Paulo, Abdelmassih foi preso no Paraguai pela Polícia Federal (PF), em 19 de agosto de 2014. Em outubro daquele ano, a pena dele foi reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias, por decisão judicial. Entretanto, pela lei brasileira, nenhuma pessoa pode ficar presa por mais de 30 anos. O ex-médico sempre negou ter cometido os estupros pelos quais foi condenado.

O inquérito concluído em março deste ano sobre mais 37 mulheres vítimas de Abdelmassih começou a ser produzido em 2009. Antes de ser detido pela PF, ele era investigado por estuprar e cometer manipulação genética irregular contra 26 pacientes.

A repercussão da prisão levou novas vítimas a procurar a Delegacia de Defesa da Mulher para denunciar abusos contra o ex-geneticista. À época, a delegada da 1º DDM identificou mais 11 pacientes abusadas. Ainda com medo, outras nove vítimas mulheres prestaram depoimento na condição de protegidas – os nomes delas não aparecem no inquérito.

Além de estupro, Abdelmassih responde preso aos crimes envolvendo infrações cometidas em manipulação genética, que estão previstos nos artigos 24 e 25 da Lei 11,105 de 2005 sobre Biossegurança. Segundo policiais, Abdelmassih também é investigado em outro inquérito por crime de sonegação fiscal. (AG)

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