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Economia A abertura de uma cota de importação de 750 mil toneladas de trigo, livre de tarifa, está causando um novo confronto entre o Ministério da Agricultura e das Relações Exteriores

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O tema é ainda mais sensível, porque o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, praticamente prometeu a abertura da cota ao secretário de Agricultura dos Estados Unidos. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A abertura de uma cota de importação de 750 mil toneladas de trigo, livre de tarifa, está causando um novo confronto entre o Ministério da Agricultura e o Itamaraty, que deve chegar à Camex (Câmara de Comércio Exterior), de acordo com o jornal Valor.

O tema é ainda mais sensível, porque o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, praticamente prometeu a abertura da cota ao secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, quando foi a Washington, em julho, pedir o fim da barreira à carne bovina brasileira. O Brasil tem em sua lista de compromissos na OMC a promessa de criação da cota de trigo, contudo ela nunca foi efetivada. Pelas cotas, determinados volumes de mercadorias podem ser importados com tarifa baixa ou zero, em vez das alíquotas normais, mais altas, o que tem muito valor comercial para os exportadores. Nos últimos tempos, os Estados Unidos, passaram a cobrar do Brasil uma cota livre de alíquota.

Os EUA são o principal exportador mundial de trigo. O Itamaraty se recusou a criar a cota, mas chegou a propor aos americanos baixar a tarifa de importação consolidada de 55% para 37,9% nos compromissos do país na OMC, como uma forma de compensação. Só que Blairo deu sua palavra aos americanos sobre o acesso ao mercado brasileiro. E nesse cenário o Ministério da Agricultura submeteu a proposta de aplicação da cota ao Gecex (Comitê Executivo de Gestão), da Camex, na quarta-feira, antes do feriado.

No entanto, o Itamaraty bloqueou a proposta da Agricultura, num contexto em que a diplomacia já estava irritada em razão da decisão de Maggi de restringir a entrada de leite em pó do Uruguai no mercado brasileiro sem promover consultas às outras áreas do governo. A expectativa é de que a reunião da Camex do dia 25, portanto já a nível de ministros, poderá resultar num confronto entre Agricultura e Itamaraty, algo que não é comum em Brasília.

O Ministério da Agricultura confirmou que encaminhou nota técnica ao Gecex propondo a cota de importação de trigo, mas que “a cota é aberta a qualquer participante e não é direcionada a nenhum mercado específico”. Em relação ao episódio do leite, autoridades do governo uruguaio já demonstraram ao Palácio do Planalto no último fim de semana grande insatisfação com a medida e avisaram que irão tentar reverter a paralisação do comércio.

A reação de Montevidéu inclusive levou os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores) a pedirem explicações a Blairo no último fim de semana sobre a polêmica suspensão, que já está em vigor, e a informá-lo sobre o potencial explosivo da medida dentro do Mercosul. O Valor apurou que Blairo já conversou pessoalmente com o presidente Michel Temer sobre o assunto, mas a interlocutores têm demonstrado que não pretende recuar e está disposto a enfrentar “uma guerra”.

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