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Brasil “Ação de hackers não altera suspeitas sobre Moro e Dallagnol”, diz ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça

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"Minha grande preocupação é que, até agora, ninguém desmentiu o conteúdo das conversas", disse o jurista Gilson Dipp. (Foto: Sergio Amaral/CJF)

Ex-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o jurista Gilson Dipp diz que a suspeita de as mensagens vazadas envolvendo procuradores do MPF (Ministério Público Federal) e o então juiz Sérgio Moro terem sido obtidas por meio da ação de hackers não altera as suspeitas sobre a falta de isenção na condução dos processos da Operação Lava-Jato. Os diálogos vêm sendo publicados pelo site The Intercept Brasil desde junho.

“Minha grande preocupação é que, até agora, ninguém desmentiu o conteúdo das conversas”, disse Dipp. “Enquanto não afirmarem, peremptoriamente, que aquilo não foi dito, não adianta dizer que as mensagens são ilegais ou fraudulentas.” Em manifestações à imprensa, a força-tarefa da Lava-Jato tem afirmado não reconhecer as mensagens atribuídas aos procuradores, além de acusar a manipulação dos diálogos.

Na quarta-feira (24), a PF (Polícia Federal) prendeu quatro suspeitos de invadir o celular do ministro Sérgio Moro e outras autoridades. Segundo a Folha de S. Paulo, Walter Delgatti Neto, um dos presos sob a suspeita de atuar como hacker, disse em depoimento ter entregue as mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, de forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira.

Oficialmente, a PF não confirmou a informação. Para Dipp, a gravidade do conteúdo das mensagens não é afetada pela investigação que apura os hackeamentos. “O sistema judicial do Brasil continua sob suspeita”, afirmou o jurista.

Não há confirmação oficial da PF de que os hackers têm ligação com os vazamentos publicados pelo Intercept. Mas, considerando um cenário em que essas informações tenham sido obtidas por meios criminosos, isso invalidaria as supostas ilegalidades nos diálogos trocados por Moro e Dallagnol?

“São duas coisas completamente diferentes. Se houve o hackeamento, ou seja, um crime, aqueles que produziram as invasões do Telegram estão enquadrados em alguns tipos penais, como invasão de privacidade. Por enquanto, não se tem nenhuma informação de que estes presos tenham a ver com as informações obtidas pelo Intercept”, disse Dipp.

“Mas, enquanto [os envolvidos] não afirmarem peremptoriamente que aquilo não foi dito, não adianta dizer que as mensagens são ilegais ou fraudulentas. Por enquanto, se sabe que houve invasão de mais de mil pessoas. Para quais fins, não sei. Mas o que importa é isso: o conteúdo dos diálogos não foi desmentido por ninguém. Enquanto isso, permanece intacta a suspeita de que não tenha havido isenção na condução de diversos processos. Isso é que interessa. Não adianta desviar a questão”.

Quem pode ser beneficiado com o conteúdo das gravações?

“Depende de caso a caso. Parece que, pela longevidade dessas conversas, que vão desde 2014 até 2018, isso pode ter atingido centenas de processos que decorreram da Lava-Jato e de outras operações. Em cada caso concreto, a defesa de cada um dos afetados é que vai tentar demonstrar se aquilo atingiu o réu dentro da ação. Quem são? Centenas de ações. São horas de conversa. Não sei quem possa ser”.

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https://www.osul.com.br/acao-de-hackers-nao-altera-suspeitas-sobre-moro-e-dallagnol-diz-ex-presidente-do-superior-tribunal-de-justica/ “Ação de hackers não altera suspeitas sobre Moro e Dallagnol”, diz ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça 2019-07-25
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