Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 11 de julho de 2017
Uma advogada russa que se encontrou com Donald Trump Jr durante a campanha presidencial afirmou, em entrevista à emissora NBC, que não tem nenhuma ligação com o Kremelin e insistiu que o encontro com o empresário foi para falar sobre outros assuntos, entre eles o Magnitsky Act – uma lei americana contra russos suspeitos de violar direitos humanos.
“Eu nunca tive nenhuma informação comprometedora ou sensível sobre Hillary Clinton”, afirmou Natalia Veselnitskaya à emissora americana. “Nunca foi minha inteção ter esse tipo de dado”, completou.
O filho mais velho do presidente americano, Donald Trump Jr, se reuniu em junho de 2016 com uma advogada russa ligada ao Kremlin após uma promessa de que teria informações contra Hillary Clinton, segundo reportagem do jornal “New York Times” publicada no domingo (9).
A reunião aconteceu durante a campanha presidencial americana, quando Trump era o candidato republicado e Clinton, sua adversária democrata. Também participaram da reunião o genro de Trump, Jared Kushner, e seu chefe de campanha à época, Paul J. Manafort.
A suposta influência da Rússia sobre as eleições norte-americanas para influenciar a vitória de Trump é investigada nos EUA.
As informações teriam sido obtidas pelo jornal com três conselheiros da Casa Branca que foram informadas sobre a reunião e outros dois com conhecimento do caso.
De acordo com o jornal, não está claro se de fato a advogada, chamada Natalia Veselnitskaya, realmente passou as informações comprometedoras sobre Clinton, mas as fontes do jornal disseram que a expectativa era de que ela faria isso.
Trump Jr declarou em comunicado neste domingo, ainda segundo o “New York Times”, que se encontrou com a advogada russa à pedido de um conhecido e que a advogada não forneceu informações significativas.
“Depois de brincadeiras trocadas, a mulher disse que tinha informação de que indivíduos ligados à Rússia estavam financiando o Comitê do Partido Democrata e apoiando a senhora Clinton. Suas declaração eram vagas, ambíguas e não faziam sentido. Nenhum detalhe ou informação de apoio foram dados ou oferecidos. Rapidamente ficou claro que ela não tinha informação significativa”, diz o comunicado.
Na nota, ele ainda afirma que a advogada mudou o assunto para falar sobre adoção de crianças russas e uma lei americana contra russos suspeitos de violar direitos humanos. “Ficou claro para mim que esta era a agenda verdadeira e que as alegações de informações potencialmente úteis eram um pretexto para a reunião”, diz o comunicado.
Um porta-voz do advogado do presidente americano disse neste domingo que “o presidente não estava ciente e não participou da reunião”.
Filho de Trump divulga e-mails
Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente Donald Trump, divulgou no Twitter nesta terça-feira (11) o conteúdo dos e-mails sobre conversas em que marcava um encontro com a advogada russa Natalia Veselnitskaya. Um dos principais procuradores do governo russo ofereceu a Trump Jr. informações sobre Hillary Clinton, rival democrata de Trump na corrida presidencial, que seriam tratadas na reunião. No meio do escândalo, que mais uma vez lança suspeitas sobre os laços entre a chapa republicana e o Kremlin, o chefe da Casa Branca elogiou o filho pela sua transparência por disponibilizar a conversa eletrônica.
“O promotor da Coroa da Rússia se ofereceu para fornecer à campanha Trump alguns documentos oficiais e informações que incriminariam Hillary e seus tratos com a Rússia e seriam muito úteis para o seu pai”, dizia um dos e-mails enviados pelo assessor do candidato republicano Rob Goldstone. “Esta é, obviamente, uma informação de alto nível e sensível, da parte da Rússia e do apoio do governo a Trump”.
Ele respondeu em poucos minutos: “Se é o que você diz, adoro”. (AG)