Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de maio de 2017
Advogados de presos na Operação Lava-Jato em Curitiba (PR) devem pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a extensão, aos seus clientes, da decisão que permitiu a soltura do ex-ministro José Dirceu. A tendência de libertação de presos sem dupla condenação, manifestada ontem na Segunda Turma da Corte, foi tratada por vários setores como “o mais duro golpe” contra a força-tarefa.
Em sua página do Facebook, o coordenador da força-tarefa Deltan Dallagnol disse ter faltado coerência aos ministros do STF e argumentou considerar que a prisão “é um remédio amargo”, porém “necessário para proteger a sociedade contra o risco de recidiva, ou mesmo avanço, da perigosa doença exposta pela Lava-Jato”, numa referência à corrupção.
O procurador descreveu três habeas corpus julgados pelos mesmos ministros nos últimos seis meses — dois envolvendo acusados de tráfico de drogas e um envolvendo corrupção no interior do Piauí. Para ele, situações em que a Segunda Turma teria votado “para manter presas pessoas em situação de menor gravidade”.
“O STF é a mais alta Corte do País. É nela que os cidadãos depositam sua esperança, assim como os procuradores da Lava-Jato. Confiamos na Justiça e, naturalmente, que julgará com coerência, tratando da mesma forma casos semelhantes. Hoje, contudo, essas esperanças foram frustradas”, escreveu o procurador, para quem outros presos que representam “risco real à sociedade” podem vir a ser soltos.