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Por Redação O Sul | 22 de novembro de 2017
Pacientes que lutam contra o câncer de próstata podem contar com mais uma alternativa no tratamento. Nesta segunda-feira (20), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou o registro do medicamento genérico acetato de abiraterona, que é utilizado no tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático resistente a castração, em combinação com os medicamentos prednisona ou prednisolona.
De acordo com a Lei dos Genéricos, com a decisão os custos do tratamento serão reduzidos, já que os medicamentos genéricos devem entrar no mercado com um valor 35% menor que o valor do produto de referência.
Até o momento, não haviam genéricos do medicamento acetato de abiraterona, que está no mercado com o nome comercial Zytiga, registrado pela empresa Janssen-Cilag Farmacêutica. O medicamento genérico foi registrado pela empresa Dr. Reddys Farmacêutica.
Segundo a Anvisa, o acetato de abiraterona inibe seletivamente uma enzima necessária para a produção de androgênios (hormônios sexuais) pelos testículos, glândulas suprarrenais e tumores da próstata. Desta forma, diminui consideravelmente os níveis destes hormônios, os quais levam à progressão da doença.
O diagnóstico de tumores na próstata é feito a partir de dois exames: o toque retal, por meio do qual os urologistas conseguem perceber a consistência da próstata (as regiões da próstata acometidas pelo câncer tendem a ter consistência mais endurecida), e a dosagem, no sangue, do antígeno prostático específico (PSA), que está aumentado nos pacientes portadores deste tipo de câncer.
A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos é o quarto tipo mais comum e o segundo mais incidente entre os homens. A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do País e pelo aumento na expectativa de vida.
Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³ ) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.