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Geral Agora podemos ter certeza que dormir pouco faz mal a saúde, sabemos como e o porquê

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Um sono ruim afeta várias atividades do dia a dia, inclusive a sexual. (Foto: Reprodução)

Uma pessoa impedida de dormir morre. Há doenças em que isso ocorre. Todos os animais dormem, sendo que os mamíferos e aves dormem da mesma maneira. À noite, duas formas de dormir se alternam de modo cíclico. Na primeira, de sono REM (rapid eye movement), nossos olhos se mexem e as ondas elétricas cerebrais (detectadas por um eletroencefalograma) se parecem com as produzidas por um cérebro acordado.

Nessa fase é que sonhamos e os músculos esqueléticos ficam totalmente paralisados, evitando que sonhos se transformem em ações. Na outra forma, a NREM (no rapid eye movement), as ondas elétricas são mais lentas, de maior amplitude, e se espalham organizadamente pelo cérebro. Não sonhamos e tampouco os músculos estão totalmente paralisados. Nas duas fases do sono, um mecanismo cerebral impede que qualquer informação dos sentidos chegue ao cérebro e nossa consciência desaparece.

É tão importante que nos mamíferos marinhos – no caso deles, o sono pode levar ao afundamento e à morte por falta de ar – há um sistema em que cada metade do cérebro dorme independentemente. Enquanto metade dorme, a outra toma conta da sobrevivência. Depois trocam.

Esses fatos demonstram que dormir é importante, muito importante. Se não fosse, haveria animais que não dormiriam ou a seleção natural teria descoberto um jeito mais simples de garantir o sono dos mamíferos marinhos. Mas para que serve o sono?

Como nossa consciência está desligada durante o sono, temos a impressão que o sono é o repouso do cérebro, como um carro desligado repousa na garagem à noite. Nada mais errado: o cérebro está muito ativo durante o sono, fazendo algo que só agora estamos começando a entender (se quiser aprender tudo sobre o sono leia o livro Why We Sleep escrito para leigos por Matthew Walker, um dos mais importantes cientistas da área).

O cérebro produz a consciência, controla os movimentos voluntários e modula muitos dos movimentos involuntários, como o batimento cardíaco. Além disso, produz muitos dos hormônios que controlam nosso funcionamento, como o ciclo menstrual, a fome e o desejo sexual. Mas por que ele gasta tanto tempo dormindo? O que de tão importantes ocorre além da bem conhecida solidificação das memórias?

Faz tempo que estudos epidemiológicos demonstraram que a falta de sono está associada a várias doenças: arteriosclerose, obesidade, câncer, deficiências do sistema imune e doenças psiquiátricas. Esses estudos demonstram que existe correlação entre um fato (falta de sono) e outro (a doença), mas o mecanismo que leva a falta de sono a provocar essas doenças, os passos moleculares, os hormônios e genes envolvidos, nunca foram descobertos.

A grande novidade é que, pela primeira vez, cientistas conseguiram, em camundongos, descobrir os passos moleculares que ligam a deficiência de sono à formação de placas nas artérias, e, portanto, a doenças cardíacas e arteriosclerose. Esse mesmo mecanismo regula a formação do sangue, principalmente alguns tipos de glóbulos brancos responsáveis pelo bom funcionamento do sistema imune. Foram centenas de experimentos que detectaram como a falta de sono altera a síntese de hormônios que afetam a produção de outras moléculas e assim por diante. Finalmente, inibem a produção de glóbulos brancos e elevam a formação de placas nas artérias do coração.

Agora podemos ter certeza que dormir pouco faz mal a saúde, sabemos como e o porquê. Claro que conhecendo esses mecanismos novas drogas poderão ser desenvolvidas, mas não seria melhor dormir mais?

O interessante é como essa investigação tem sido lenta. Me parece que como não temos experiência direta do sono (quando dormimos, nossa consciência está desativada e é com ela que entendemos o mundo), por séculos imaginamos que o sono era repouso. Mas ele é um estado ativo do cérebro, em que executa tarefas que não podem ser feitas se estamos acordados. Elas devem ser mesmo importantes, pois que outro motivo haveria para deixar o corpo à mercê de predadores e mais imprevistos por 30% de nossa vida?

tags: Saúde

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