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Brasil “Ainda existe no País a velha mentalidade de que prender rico é inconstitucional”, disse ministro do Supremo

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O ministro Barroso disse também que a 'corrupção não é invencível'. (Foto: STF/Divulgação)

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta sexta-feira (1º) durante aula inaugural de uma universidade do Rio de Janeiro que há no Brasil uma “operação abafa” em curso, contra o combate à corrupção. Sem usar a expressão “Lava-Jato”, Barroso afirmou que existe uma mentalidade no País que a “criminalidade do colarinho branco não é grave”.

O ministro afirmou que o combate à corrupção alcançou “pessoas que não gostam de ser punidas” e que têm “aliados em toda parte”: nos “altos escalões”, nos poderes, na imprensa e “aonde menos seria de se esperar”.

“É claro que há reações. É claro que há ‘operação abafa’. As pessoas não gostam de ser punidas. E, na verdade, o que aconteceu é que esse protesto de enfrentamento da corrupção alcançou pessoas que se consideravam imunes. E consequentemente impunes. Essas pessoas articulam pra permanecer impunes, para não serem responsabilizadas penalmente, é da natureza humana.”

Barroso deu uma aula inaugural de um curso de pós-graduação de advocacia pública da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, em convênio com a Procuradoria-Geral do Estado. Ele falou por cerca de uma hora de dez minutos sobre advocacia público e, nos cinco minutos finais, abortou o combate à corrupção. O ministro reforçou que acredita que “a corrupção não é invencível”.

“Houve muitos avanços. A fotografia do momento atual parece que o crime compensa e que o mal venceu. Não é assim. Acho que há uma semente plantada e há uma demanda imensa na sociedade por integridade, por idealismo, por patriotismo. E é essa energia que muda a história.”

Mais corrupção

Os anos trabalhando em operações ruidosas como a Lava-Jato e o Banestado credenciam o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima a falar sobre corrupção do sistema político brasileiro. Ele afirma que apenas transparência não vai resolver os problemas do País se não houve punição efetiva dos responsáveis. Integrante da força-tarefa montada em Curitiba desde 2015 para a Operação Lava-Jato, o procurador afirmou que os diversos casos de desvio de dinheiro público divulgados na imprensa por causa da Lava-Jato não são suficientes para dar um passo significativo contra a corrupção no Brasil. Essa transparência pode ter um caminho inverso ao que todos esperam, afirma o procurador:

“Transparência pode gerar mais corrupção. Falo isso porque a transparência de forma isolada, sem consequências como a punição, pode resultar em um sentimento na população de que não vale a pena ser honesto. Se os nossos políticos roubam e ficam soltos, tudo é possível. Eu acho ainda que até 2018 o Congresso deve apresentar uma proposta de anistia ao caixa 2.”

Com críticas fortes ao sistema político brasileiro e também às mudanças feitas por emendas ao projeto de lei “10 medidas contra a corrupção”, criado pelo MPF, Carlos Fernando também justificou a presença frequente em debates nas redes sociais quando o tema é a Operação Lava-Jato.

“Nas redes sociais, eu sou um pugilista, entro no ringue, bato, apanho e aguento. Faço isso porque acredito que temos que nos manifestar sobre o que acontece no país. Nas investigações que participei, especialmente na Lava-Jato, o que vi foi que a corrupção serve principalmente para manter os atuais políticos no poder”, disse.

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https://www.osul.com.br/ainda-existe-no-pais-a-velha-mentalidade-de-que-prender-rico-e-inconstitucional-disse-ministro-do-supremo/ “Ainda existe no País a velha mentalidade de que prender rico é inconstitucional”, disse ministro do Supremo 2017-09-02
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