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Por Redação O Sul | 28 de maio de 2017
A situação da Venezuela é crítica. O país enfrenta o desabastecimento de medicamentos e alimentos, além da insegurança que tem avançado dia após dia.
Os três anos de escassez que a Venezuela enfrenta elevaram a pobreza para 82%, a mortalidade infantil em 30% e levaram ao retorno da difteria. Apesar da crise, o presidente Nicolás Maduro rejeita a entrada de ajuda humanitária oferecida por outros países, incluindo o Brasil.
Após o início da onda de protestos, a repressão à entrada de comida e remédios aumentou. Os agentes fiscais e os militares passaram a apreender a maioria das encomendas que chegam pelo método porta a porta.
Até então, o mecanismo era o mais usado e seguro para mandar os produtos. Sem ele, as associações tiveram que recorrer ao contrabando.
Esse foi o caminho encontrado pela organização Veppex (Venezuelanos Perseguidos Políticos no Exterior) para enviar remédios, artigos de primeiros socorros e máscaras de gás aos manifestantes.
A entidade sediada em Miami, nos Estados Unidos, é a maior e mais influente da diáspora venezuelana. Seu presidente, o ex-militar José Antonio Colina, disse ter montado uma “logística de guerra” para mandar 600 caixas com 5,4 toneladas de insumos ao país caribenho.
A decisão foi tomada depois do extravio de cerca de 200 caixas enviadas pelo porta a porta. Segundo Colina, as doações vão em aviões particulares a aeroportos colombianos perto da fronteira e passam à Venezuela pelo que chama de “vias alternativas”.
O Programa de Ajuda Humanitária à Venezuela, um dos poucos que conseguem fazer chegar comida e alimentos, foi um dos mais afetados pelo ataque às encomendas. A ONG, fundada em 2014, atende a 90 entidades e permite doações em dinheiro. Segundo sua diretora, Marisol Diéguez, foram enviadas 181 toneladas de ajuda desde a fundação.