Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de abril de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em rede nacional de rádio e TV, ontem à noite, não mudaria um voto sequer dos deputados. Só evitou o panelaço. Usaria palavras para se defender. Deveria, há tempo, agir com atos, proporcionando mais confiança aos empreendedores que mantêm empregos e não gostam de cortá-los. Confiança que significa mais produção e não queda.
Faltou iniciativa da presidente Dilma para denunciar e coibir a corrupção, que provocou a perda da Petrobras, no conluio de dirigentes partidários desonestos, empreiteiros coagidos e funcionários manipulados.
PENA EXAGERADA
O site do PDT nacional retirou ontem Giovani Cherini, que votará a favor do impeachment, da lista de seus deputados federais. Cinco partidos já demonstraram interesse em tê-lo como filiado. Reelegeu-se em 2014 para a Câmara com 115 mil e 294 votos.
PROVOCAÇÃO
Na tribuna da Câmara, ontem, o deputado federal Alceu Moreira enviou mensagem à população de Porto Alegre: “O dinheiro do metrô da capital gaúcha foi para a Venezuela. O BNDES, camarada como sempre, financiou 4 bilhões e 128 milhões de dólares para metrô de Caracas, desde que uma empreiteira brasileira fizesse a obra. No começo, causou estranheza. Depois, deu para entender tudo.”
OBRIGAÇÃO
O deputado federal Esperidião Amin deixou o plenário comovido ao lembrar episódio da enchente de 1983 em Blumenau. O repórter Walter Souza percorria de barco as ruas alagadas e viu uma senhora junto à porta de uma loja fechada. Aproximou-se e perguntou o que fazia ali. A resposta: “Vim pagar a prestação”. Walter explicou que a loja não abriria e ela justificou: “Mas hoje é o dia do vencimento do carnê”. Amin completou: “Este é o sentimento de obrigação e responsabilidade que o povo brasileiro tem e que desapareceu nos altos escalões do atual governo.”
FASE DO EMBATE
A 16 de abril de 2015, a presidente Dilma preparou operação para contra-atacar a oposição que tentava usar as pedaladas fiscais para eventual pedido de impeachment. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, foi escalado para negar que tivesse havido crime em recorrer a bancos públicos para fazer repasses de responsabilidade do Tesouro Nacional, como apontou o Tribunal de Contas da União.
Passado um ano, o governo não conseguiu convencer a maioria.
RÁPIDAS
* No Palácio Jaburu, local de trabalho do vice presidente Michel Temer, há fila de automóveis para estacionar.
* A frase mais frequente de Lula ao telefone, quando fala com apoiadores da saída de Dilma: “Mudar de ideia não é pecado.”
* Subitamente, o governo federal conheceu os oportunistas e se vê acometido de monofobia.
* Difícil será ter, pela linha de sucessão, Eduardo Cunha como vice-presidente da República.
* Querendo evitar riscos, os banqueiros torcem para que o atual governo se mantenha.
* A oposição desconfia que o cachimbo da paz proposto pela presidente Dilma através do pacto estará cheio de pólvora.
* As dificuldades dos últimos anos mostrou que plano econômico não é roteiro de Alice no País das Maravilhas.
* Ninguém gosta de deixar o poder, que se assemelha à feijoada: tem aparência nada agradável, mas o gostinho…
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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