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Brasil Alvo da operação que prendeu Joesley Batista e o vice-governador de Minas Gerais se apresentou à Polícia Federal

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Coordenadora da Lava-Jato pediu suspensão do processo por 60 dias a fim de ouvir Joesley, na foto, e outros delatores. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Um dos alvos da Operação Capitu se apresentou neste sábado (10) na sede da PF (Polícia Federal) em São Paulo. Florisvaldo Caetano de Oliveira, ex-funcionário do grupo dono da JBS-Friboi é investigado por suspeita de envolvimento num suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo Dilma Rousseff (PT).

Ao todo, a Justiça Federal determinou a prisão de 19 pessoas na operação, que é um desdobramento da Lava-Jato. Entre elas estão o empresário Joesley Batista, dono da JBS, e o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB).

Florisvaldo chegou à PF em São Paulo por volta do meio dia acompanhado de seu advogado num carro, mas os dois não falaram com a imprensa sobre o assunto. A PF ainda aguarda apresentação de Waldir Rocha Pena, sócio do supermercado BH, que negocia se entregar, e procura o advogado Odo Adão filho, considerado foragido.

Presos na Operação Capitu:

Antonio Andrade, vice-governador de Minas e ministro da Agricultura de março de 2013 a março de 2014; Joesley Batista, sócio da J&F, dona da JBS-Friboi; Ricardo Saud, ex-executivo da J&F; Demilton de Castro, ex-executivo da J&F; João Magalhães, deputado estadual pelo MDB de MG; Neri Geller, deputado federal eleito pelo PP de MT e ministro da Agricultura de março de 2014 a dezembro de 2015; Rodrigo Figueiredo, ex-secretário de Defesa Agropecuária; Mateus de Moura Lima Gomes, advogado; Mauro Luiz de Moura Araújo, advogado; Ildeu da Cunha Pereira, advogado; Marcelo Pires Pinheiro; Fernando Manoel Pires Pinheiro; Walter Santana Arantes, sócio dos supermercados BH e EPA; Claudio Soares Donato; José Francisco Franco da Silva Oliveira; Florisvaldo Caetano de Oliveira, funcionário da JBS.

Alvos de mandados que ainda não foram presos:

Waldir Rocha Pena, sócio do supermercado BH, que estaria no Uruguai; e, Odo Adão filho, advogado.

Motivo das prisões

Responsável pelas ordens de prisão, a desembargadora Mônica Sifuentes, do Tribunal Regional Federal da 1ª, afirmou em despacho que os executivos do grupo J&F ocultaram “fatos relevantes” nas delações premiadas que firmaram com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e que, por esse motivo, foram detidos.

“Ao que parece, e à primeira vista, [os delatores] na verdade estão direcionando a atividade policial e investigatória para aquilo que lhes interessa revelar, ocultando fatos relevantes para o esclarecimento da atividade criminosa que se instalou no âmbito da administração pública federal”, disse a desembargadora Mônica Sifuentes.

O delegado da PF Mário Velloso, responsável pelas investigações, afirmou que os alvos de mandados de prisão estavam atrapalhando o trabalho dos policiais. “A gente tem elementos fortes de que os integrantes da organização criminosa estavam atrapalhando a coleta de provas pela Polícia Federal, por isso foram decretadas as 19 prisões”, garantiu o delegado.

Os advogados de Joesley Batista afirmam que as investigações da operação começaram justamente a partir dos depoimentos do empresário e que não poderia ser preso em razão de o acordo de delação prever imunidade.

Batizada de Capitu, a operação é um desdobramento da Lava-Jato e feita em conjunto com a Receita Federal. A operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB. Em sua delação, Funaro disse que a JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, deu R$ 30 milhões para o MDB, sendo R$ 15 milhões para a Executiva Nacional e mais R$ 15 milhões para o diretório em Minas. O esquema operou entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015.

O que aponta a investigação da PF, baseada na delação de Funaro:

A JBS deu dinheiro para políticos do MDB e em troca foi beneficiada com medidas do Ministério da Agricultura; o esquema funcionou entre 2014 e 2015, no governo da presidente Dilma Rousseff; o então ministro, Antonio Andrade, integrante do MDB e hoje vice-governador de MG, foi indicado ao governo pelo grupo político de Eduardo Cunha para ajudar no esquema; segundo a PF, a JBS pagou propina a Andrade, ao sucessor dele no ministério, Neri Geller, e ao então secretário de Defesa Agropecuária, Rodrigo Figueiredo; foram R$ 7 milhões por duas medidas que eram do interesse da empresa: R$ 2 milhões pela regulamentação da exportação de carcaças de animais e R$ 5 milhões pela proibição de um remédio contra parasitas, a Ivermectina; na eleição de 2014, a empresa pagou também R$ 30 milhões para ajudar candidatos aliados de Cunha. O objetivo era eleger esses deputados para que eles ajudassem Cunha a ser presidente da Câmara.

A JBS repassou esse dinheiro a 6 escritórios de advocacia, que emitiram notas frias para simular uma prestação de serviço à empresa; após ser lavado, o dinheiro foi distribuído da seguinte forma: R$ 15 milhões para o MDB nacional e outros R$ 15 milhões para o MDB de Minas Gerais.

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