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Mundo Amigos mortos dissolvidos em ácido no México estudavam cinema

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Salomón Aceves, Marco García e Daniel Díaz foram assassinados por bandidos de um cartel de drogas. (Foto: Reprodução)

A divulgação de detalhes sobre o assassinato de três estudantes de cinema no Estado de Jalisco, no Oeste do México, chocou novamente o país, que já tem mais de 200 mil homicídios registrados na última década. Javier Salomón Aceves, Marco García e Daniel Díaz foram sequestrados (em 19 de março), mortos e tiveram seus corpos dissolvidos em ácido por membros de um cartel de drogas, o CJNG (Jalisco Nova Geração).

Os três estudantes voltavam para casa depois de concluir um projeto da faculdade nos arredores de Guadalajara, a segunda maior cidade do México, quando foram interceptados pelos criminosos. Eles teriam sido confundidos com membros de um grupo rival da CJNG, de acordo com a investigação da Promotoria de Jalisco.

Javier Salomón Aceves Gastélum, conhecido como “Salo”, tinha 25 anos e era da cidade de Mexicali. Ele estudava cinema na Universidade de Meios Audiovisuais de Guadalajara.

Sua irmã Michelle escreveu uma mensagem na página que ele tinha no Facebook. Ela o descreveu como uma pessoa muito dedicada, apaixonada pela cinematografia.

“Me deixa triste que tenham interrompido assim seus sonhos. Eu sei que você tinha um futuro, dava para ver como você segurava sua câmera, como dirigia”, escreveu ela.

Marco Francisco García Ávalos era de Tepic, a capital do estado de Nayarit, e tinha 20 anos. Ele estava terminando o 2º semestre da faculdade de cinema. Segundo colegas ouvidos por jornais de Jalisco, sua especialidade até então era a edição de vídeo e o gerenciamento de programas de pós-produção.

“Seu sonho era ser o melhor diretor e ninguém duvidava disso, porque todos sabíamos o quão talentoso ele era e o dom que tinha para se comunicar com as pessoas”, disse a amiga Aylin Michelle ao jornal El País.

Jesús Daniel Díaz García, também de 20 anos, era originalmente da cidade de Los Cabos, no Estado de Baixa Califórnia do Sul. Ele frequentemente compartilhava seus trabalhos audiovisuais em uma plataforma da universidade. Díaz García também gostava de jogar futebol. Quando foi sequestrado, usava muletas por conta de uma lesão que sofreu jogando futebol.

Seus colegas se lembram dele por sua alegria e por ser uma pessoa muito calma. “Fazíamos os trabalhos da faculdade juntos, nos encontrávamos em minha casa para fazer vídeos, para escrever roteiros”, disse uma colega ao jornal Mural. Vários dos vídeos que os três estudantes fizeram juntos foram compartilhados pelo YouTube.

O que esse crime diz sobre a situação no país?

O governo de Enrique Peña Nieto começou com índices de criminalidade em queda, em contraste com as altas taxas de homicídios durante a gestão de Felipe Calderón. Segundo analistas, essa queda gerou a percepção errônea de que a segurança no país estava melhorando.

No entanto, Pienã Neto, que termina o seu mandato de seis anos agora em 2018, terá a mais alta taxa de homicídios durante uma gestão presidencial desde que os registros oficiais começaram, em 1997. Para o acadêmico e especialista em segurança nacional Javier Oliva, da Universidade Nacional Autônoma do México, o caso dos três estudantes mortos em Jalisco é “um sintoma de como a violência no México está longe, muito longe de ser controlada”.

O tipo de violência usada contra Salomón, Ávalos e Díaz reflete os níveis de crueldade que organizações criminosas atingiram, diz o acadêmico. “Isso nos lembra de como a crueldade extrema e desumana tem aumentado, se é que a crueldade pode ser categorizada de qualquer outra forma”, diz ele.

Por sua vez, Francisco Rivas, diretor do Observatório Nacional do Cidadão, uma ONG que monitora os índices de insegurança no país, aponta que esse tipo de crime expõe a falta de controle que o governo tem sobre o território mexicano. Neste caso, os estudantes universitários realizavam um projeto da universidade e foram sequestrados em Tonalá, um município de Guadalajara, a segunda maior cidade do México.

“Se há algo que expõe a fraqueza do Estado são os desaparecimentos, porque onde há desaparecimentos o Estado não controla o território”, diz Rivas.

O governador de Jalisco, Aristóteles Sandoval, havia solicitado um prazo de 15 dias para se resolver o desaparecimento dos jovens, mas a investigação levou 34 dias para ter seus resultados apresentados. Para Rivas, “o Estado é incapaz de ter uma resposta rápida e pronta, há debilidade para se investigar crimes, há uma violação dos direitos dos cidadãos e falta de acesso à verdade e à justiça para as pessoas”.

Como indicam dados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México, entre as cerca de 210 mil vítimas de homicídios ocorridos de 2007 a 2016, mais de 107 mil eram pessoas de 15 a 34 anos.

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https://www.osul.com.br/amigos-mortos-dissolvidos-em-acido-no-mexico-estudavam-cinema/ Amigos mortos dissolvidos em ácido no México estudavam cinema 2018-04-26
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