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Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2017
Estima-se que 2% da população mundial tenha algum aneurisma – uma dilatação anormal de qualquer artéria do corpo –, que, se rompido, leva ao AVC (Acidente Vascular Cerebral), como o ocorrido com a ex-primeira-dama Marisa Letícia.
De acordo com especialistas, quem já sabe que tem o problema deve seguir à risca recomendações médicas para diminuir o risco de a artéria estourar: manter a pressão arterial controlada, não fumar, ter índices de glicose dentro do normal – para evitar a evolução para o diabetes – e fazer exercícios físicos de leves a moderados. Participar de uma maratona, por exemplo, nem pensar, mas correr é, em geral, permitido.
“O que faz existir uma espécie de bomba-relógio é a pessoa já estar diagnosticada com aneurisma e viver situações de pressão arterial descontrolada ou fumar, por exemplo”, destaca o neurologista Pedro Varanda.
Se o aneurisma cerebral tiver menos que 4mm e sua parede for grossa, os médicos consideram que o risco é baixo, portanto preferem não realizar uma cirurgia para retirá-lo. Mas, se ele for maior do que 10mm e tiver parede fina, pouco resistente ao aumento do fluxo de sangue, a indicação cirúrgica é alta. Foi nos últimos meses, segundo boletim médico, que se identificou que o aneurisma de dona Marisa, que foi fumante, havia crescido para pouco menos que 10mm.
Segundo Varanda, a grande maioria dos rompimentos de aneurisma ocorrem por causa de hipertensão, problema de saúde que dona Marisa tinha.
“No caso de dona Marisa, pode ter ocorrido um pico de pressão e isso ter levado ao rompimento do aneurisma. Mas o mais comum é que seja um resultado de uma pressão elevada durante um longo prazo”, analisa. “O que mais acontece é a pessoa passar anos tendo sua artéria desgastada por conta da hipertensão e, em determinado momento, ela romper. Não necessariamente por conta de um pico.”
O neurologista Daniel Bezerra explica que a incidência do problema é maior em mulheres, em especial depois da menopausa. Já o diretor científico da Academia Brasileira de Neurologia, Rubens Gagliardi, diz que as causas para a formação são variadas. A pessoa pode nascer com ele, pode desenvolver ao longo da vida uma alteração nas artérias ou pode ter uma infecção nelas. (AG)