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Brasil Antes da chegada dos europeus ao Brasil, os índios já sabiam matemática

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Índios fazem cursos de informática, mas ocas precedem tudo isso. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Muitas pessoas pensam que a matemática está desligada do dia a dia, ou que é algo tão difícil que é também distante. Mas muitas vezes ela está ali, as pessoas é que não percebem.

Curvas e saliências pelo caminho, são um exemplo disso. Para quem não sabe da matemática envolvida, são barulhos e riscos, mas são também formas perfeitas, círculos. Conjuntos de pontos que estão todos à mesma distância de um outro ponto. Os círculos estão em toda parte, mas ele não é o único caso admirado pelos matemáticos, que ver beleza nas mais diversas formas.

Para quem estuda a matemática há encanto nas curvas e elegância em uma linha reta que se equilibra na paisagem.

Paisagens como o Pão de Açúcar, por exemplo trazem formas e curvas que podem ser tão incríveis quanto o visual do lugar. O bondinho só chega até o alto porque percorre uma estrada construída pela matemática: a catenária.

A curva distribui a tensão, o peso do cabo ao longo de toda a extensão. Então a lei de tentar minimizar, diminuir ao mínimo a tensão, faz com que ela adquira essa forma. Acaba sendo a forma mais segura para esse intervalo. A catenária não perde a firmeza nem virada ao contrário. Quem sabe disso muito bem são os arquitetos.

“Física e matemática explicam tudo. Então quando você tem, por exemplo, a força do cabo do bondinho. Se o cabo fosse reto, quebrava. Ele é forte justamente porque tem uma curva. Essa curva a gente usa ao contrário nas estruturas metálicas, nos grandes vãos, nas catedrais antigas”, disse o arquiteto Michel Pinto Guimarães.

A segurança está na curva. A sociedade vive debaixo de catenárias, elipses, hipérboles, parábolas, semicírculos, como os da Casa França-Brasil. Ele foi o primeiro edifício neoclássico em solo brasileiro, projetado no século XIX pelo francês Grandjean de Montigny. Mas, antes mesmo da chegada dos europeus ao Brasil, os índios já sabiam matemática.

“Se você analisar uma oca indígena, a oca indígena tem a mesma curva, a mesma hipérbole da Catedral de Florença, e é intuitivo. É intuitivo, porque é observação da natureza e a natureza é matemática”, explicou Miguel Pinto Guimarães.

A matemática não só explica a beleza, ela fabrica a beleza das formas.  Permite levar as ondas do mar para o teto do MAR, o Museu de Arte do Rio.

“A matemática é a porta de entrada para beleza, para que nós possamos nos aperceber de tudo o que é lindo que está à nossa volta”, declarou o matemático Marcelo Viana. A matemática é a porta e o elevador.

No teto do Museu do Amanhã, as verdades eternas da matemática parecem olhar para o futuro. São formas simples. As retas e os arcos que nós já vimos antes, mas combinados de maneira única, em uma sinfonia geométrica.

“Uma sensação de que tudo isso está nos levando para o infinito. Com esse movimento contínuo, movimento de peças que estão paradas. Isso é fantástico”, explicou o matemático.

A cidade, a natureza, o museu. Diante da força dessas imagens, a imagem que nós temos da matemática vai mudando também. “As pessoas acham que a matemática é fria, é impessoal, que não tem nada a ver com emoções. Você olha em volta, vê as formas, vê a harmonia, vê toda essa elegância que nos cerca, impossível não ficar emocionado”, disse o diretor do Impa.

Há obras bem mais simples. Um brinquedo de criança, feito com canudinhos de papel.

“Essa forma aqui, o tetraedro, ele tem uma robustez extraordinária. Se você tem uma pressão, um peso colocado aqui, esse peso é distribuído de maneira igual, equilibrada, para cada um dos pontos de apoio. Então essa estrutura tem uma resistência muito grande, justamente por causa desse equilíbrio. Ao contrário do cubo, que é uma forma fantástica evidente, mas tem características completamente diferentes. Você nota que o cubo é flexível”, explicou o matemático.

A utilidade do círculo, considerado uma forma perfeita, também tem explicação. O fato de tantos bueiros serem redondos, por exemplo.

“O círculo, qualquer posição que você mede, em qualquer ângulo, você obtém sempre o mesmo valor, que a gente chama o diâmetro do círculo, é sempre o mesmo comprimento”, disse o matemático.

Isso significa que a tampa nunca vai cair dentro do próprio buraco. Um bueiro é a prova de que é possível falar de matemática sem fazer nenhuma conta e aquele medo de aprender nunca mais vai voltar.

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https://www.osul.com.br/antes-da-chegada-dos-europeus-ao-brasil-os-indios-ja-sabiam-matematica/ Antes da chegada dos europeus ao Brasil, os índios já sabiam matemática 2017-11-20
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