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Brasil Antes de deixar o cargo, o então procurador da República Marcelo Miller participou de cinco reuniões em escritório de advocacia da JBS/Friboi

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Visitas foram registradas na portaria do edifício, em São Paulo. (Foto: Reprodução)

O ex-procurador da República Marcello Miller visitou ao menos cinco vezes a sede do escritório de Direito Trech Rossi Watanabe em São Paulo antes de se desligar do do MPF (Ministério Público Federal). Conforme um documento cedido pelo edifício EZ Towers, onde fica a empresa de advocacia, Miller esteve no local nos dias 13 e 20 de fevereiro e retornou em 3, 10 e 20 de março.

Miller é suspeito te der atuado a favor da J&F, controladora do grupo JBS/Friboi, na negociação de acordos com a PGR (Procuradoria-Geral da República), antes de ser exonerado. Por essa razão, ele se tornou personagem central na polêmica que culminou com a suspensão de benefícios de delatores do grupo e na prisão dos donos do conglomerado do ramo frigorífico, Joesley e Wesley Batista, além do ex-executivo e lobista Ricardo Saud.

O escritório Trench Rossi Watanabe prestou serviços à J&F no âmbito das tratativas da leniência (espécie de delação premiada da pessoa jurídica) do grupo, e contratou Miller após seu desligamento do MPF, em abril.

Os registros da entrada do ex-procurador no prédio do escritório foram cedidos nesta semana à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da JBS/Friboi. O colegiado investiga como se deu a delação premiada e o acordo de leniência do grupo.

Nas três primeiras visitas, Miller se apresentou como alguém ligado ao Ministério Público, segundo registros do condomínio. Nas duas últimas passagens pelo local o registro aparece como “particular”. O tempo de permanência do ex-procurador no local variou nas ocasiões entre uma e cinco horas. No dia 10 de abril, houve o registro da última visita de Miller. Nesta data, porém, ele já havia sido desligado do MPF.

O escritório esclareceu à CPI que, a partir do dia 11 de abril, o ex-procurador passou a contar com um crachá provisório, pois já integrava corpo de funcionários do escritório. Com isso, a portaria deixou de registrar a sua entrada no edifício. Miller pediu exoneração do cargo no dia 23 de fevereiro mas só foi desligado oficialmente do órgão em 5 de abril.

Indícios

A Polícia Federal encontrou no celular de Wesley Batista mensagens que reforçam a tese de que Miller atuou a favor da empresa quando ainda atuava no Ministério Público. O aparelho foi apreendido na quarta fase da Operação Lama Asfáltica, deflagrada em maio deste ano.

Miller atuou no grupo de trabalho da Lava-Jato como um dos nomes mais próximos ao então procurador-geral Rodrigo Janot, que deixou o cargo no dia 17 de setembro, dando lugar a Raquel Dodge. Dentre os acordos que firmou no órgão estão o de ex-senador Delcídio Amaral (MS).

Currículo

Na Procuradoria, Miller trabalhou por 13 anos, investigando casos de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro. Ele era considerado um dos mais especializados membros do MPF em direito internacional e penal. Além de delações como as de Delcídio do Amaral, ele participou dos primeiros meses das tratativas sobre a delação da empreiteira Odebrecht, mas deixou a equipe antes do fechamento do acordo.

No segundo semestre de 2016, ele se afastou da força-tarefa da Lava-Jato, nas se manteve colaborador eventual. Em 2011, atuou como delegado do Brasil no grupo de trabalho da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para avaliar o sistema anticorrupção da Espanha e da Suécia em relação ao suborno de funcionários públicos.

Miller é Bacharel em direito pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e tem mestrado em Direito Internacional pela mesma universidade. O advogado completou a formação no Instituto Rio Branco, que forma diplomatas, e atuou por cinco anos no Ministério das Relações Exteriores, tendo participado de missões internacionais.

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