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Brasil Antes de ser preso, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro reuniu chefes de confederações para “tranquilizá-los”

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Nuzman foi preso no Rio de Janeiro. (Foto: EPA)

Na quinta-feira (28), Carlos Arthur Nuzman recebeu os presidentes de quase 30 confederações esportivas na sede do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), no Rio. Além de falar sobre divisão de recursos da Lei Piva, pauta principal do encontro, queria transmitir um recado. Após ser intimado a depor e ter seus passaportes apreendidos pela PF (Polícia Federal) no início de setembro, disse que era tempo de retomada.

Por mais de uma hora, falou aos pares sobre a suspeita de um esquema criminoso na Olimpíada do Rio. Tentou esclarecer aspectos que considerava dúbios e reforçar seus argumentos de defesa. Expressou que queria tranquilizar a todos. A “tranquilidade” não durou uma semana. Ao ser preso pela mesma PF na quinta-feira (05), abriu um vácuo de poder no COB que pode durar os cinco dias de detenção temporária estabelecidos pela Justiça. Ou mais. O clima dentro do comitê olímpico é de ansiedade em relação aos rumos futuros.

Não há movimentação entre dirigentes para que seja convocada uma assembleia extraordinária ou qualquer outra reunião para discutir a situação da cúpula do COB. Portanto, por ora, a tarefa de administrar a entidade nestes dias cabe ao vice-presidente Paulo Wanderley, como rege o estatuto – na linha sucessória, o próximo é o secretário-geral Sérgio Lobo.

Potiguar radicado na capixaba Vitória e que ganhou projeção ao presidir a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) por 16 anos, Wanderley já responde pelo COB na ausência do mandatário em viagens ou compromissos. Nuzman chamou Wanderley para sua chapa no início de 2016. A estratégia era fazer um processo de transição para que o ex-comandante do judô nacional assumisse o comitê em 2020, data da próxima eleição presidencial.

Com um aliado forte – em seu mandato, o judô do Brasil ganhou 12 medalhas olímpicas e 30 em Mundiais –, Nuzman poderia se concentrar no encerramento do Comitê Organizador dos Jogos do Rio, que ainda tem dívida superior a R$ 120 milhões, e na candidatura para a chefia da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana).

A primeira parte do projeto deu certo. Sem adversários, Wanderley e Nuzman venceram a eleição para o COB, em outubro do ano passado. Porém, dali em diante os planos foram frustrados. Nuzman perdeu a eleição para a Odepa e virou alvo de investigação da Polícia Federal que culminou em sua prisão nesta quinta-feira.

Exigente 

Ex-técnico de judô que foi responsável pela equipe masculina nos Jogos de Barcelona, em 1992, Wanderley é conhecido pelo estilo exigente que o marcou na CBJ. Em seus 16 anos na capitania da confederação, teve como pior momento o Mundial de Roterdã, em 2009, quando o Brasil saiu sem pódios.

Ainda na Holanda, esbravejou e distribuiu reprimendas à comissão técnica e atletas. Desde então, o judô brasileiro não mais deixou uma competição de primeira linha sem ao menos uma medalha. No COB, ele tem adotado até o momento um estilo mais contido e discreto, como coadjuvante de Nuzman. Em 2015, Wanderley foi retirado da presidência da Confederação Pan-Americana de Judô por seus pares. Os cartolas alegaram que o brasileiro tentava concentrar poder e não fazia consulta prévia para tomar decisões.

Por causa disso, também tiraram o Pan-Americano da modalidade que seria disputado no Brasil, em abril deste ano, antes dos Jogos. O evento acabou por ser realizado em Cuba. Wanderley tentou, sem sucesso, reaver os seus cargos por meio de apelação na Corte Arbitral do Esporte.

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