Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2017
O governo já admite que a maré é desfavorável ao presidente Michel Temer no julgamento do qual será alvo, em breve, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Se antes havia um “script” mais ou menos definido, segundo aliados do governo, em que valeria a tese da separação das contas, o que salvaria Temer da cassação, agora o cenário “está em aberto”. Ministros que tendiam a votar pela absolvição do peemedebista na Corte podem estar na direção contrária, admitem governistas.
Antes de divulgado o áudio da conversa entre Joesley Batista e Michel Temer, a tendência do TSE era de condenar a ex-presidenta Dilma Rousseff e absolver Temer. A maioria dos ministros acreditava que não era papel da Corte agravar ainda mais a crise política e econômica. Depois da delação da JBS, os ministros começaram a fazer nova avaliação. Mesmo sem a inclusão das novas provas no processo, ficou insustentável absolver o presidente na sessão marcada para o próximo dia 6.
A solução mais fácil seria algum ministro pedir vista logo no início do julgamento, abrindo o caminho para a situação ser resolvida na política e tirando a tarefa do campo do Judiciário. No entanto mesmo essa possibilidade tem se tornado remota, diante da pressão que cairia sobre os ministros. Nos bastidores, os ministros têm discutido se é o momento de o tribunal ser protagonista das decisões em um momento de crise — papel que o TSE nunca ousou cumprir antes.
Segundo avaliações de interlocutores, Temer não tem preocupação com a possibilidade de sofrer impeachment. Mesmo com a profusão de pedidos que chegaram à Câmara dos Deputados, cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Maia – até aqui um forte aliado do chefe do Executivo – aceitar as solicitações. Ainda que ele venha a aceitá-las, a tese é de que hoje não há votos suficientes no Legislativo para tirar o presidente do cargo.