Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Após 7 anos, Justiça do Líbano devolve a mãe brasileira a guarda de filha sequestrada pelo pai

Compartilhe esta notícia:

Pai e filha figuram entre procurados e desaparecidos da Interpol. (Foto: Reprodução)

Após sete anos e dez mil quilômetros de distância, a Justiça do Líbano decidiu devolver a uma mãe brasileira a guarda da filha, sequestrada pelo pai libanês em São Paulo.

Gabriella Carvalho Boutros tinha 5 anos quando o empresário Pedro Boutros Boutros pegou a criança em São Paulo, em 12 de março de 2010, para passar o final de semana com ele. Dois dias depois, a menina deveria ter sido devolvida à estudante de administração Claudia Dias de Carvalho Boutros.

“Às 5 horas da tarde, eu arrumei, coloquei a roupinha que ela gostava, era uma tarde de verão. Coloquei a sandalinha que ela gostava, uma bolsinha… arrumei as coisas dela, e às 6 horas da tarde, do mesmo dia, o Pedro chegou pra pegar a Gabriella pra passar o final de semana com ele”, disse Claudia, de 39 anos.

“Eu a entreguei aqui na casa da minha mãe mesmo. Fui entregá-la pra ele, e… ela me deu um último beijo, né?! E eu dei um beijo nela. Falei: ‘filha, a mamãe te ama. Depois você já tá com a mamãe. Qualquer coisa liga pra mamãe’”, lembrou a mãe da garota.

Mas em vez de devolver a menina no horário combinado, o homem foi de carro até Foz do Iguaçu, no Paraná, entrou no Paraguai, pegou um avião até a Argentina. De lá, seguiu em um voo até a França, onde embarcou em outra aeronave até Beirute, capital libanesa. 

A garota, atualmente com 13 anos, mora com o pai em Trípoli, onde aprendeu árabe e quase não fala português.

Separado de Claudia, Pedro não tinha autorização para deixar São Paulo com Gabriella à época. A Justiça de São Paulo permitia que ele visse a filha quinzenalmente. “Quando ele pegou a Gabriella, eu já senti meu coração muito apertado”, disse a mãe.

Sequestro

Como não concordava com a separação e as condições de visitação, o empresário decidiu sequestrar a menina e viver com ela no Líbano, país onde ele nasceu. Para atravessar a fronteira brasileira, teria até mesmo falsificado a identidade da filha.

“A primeira coisa que veio na minha cabeça é que tivesse havido uma tragédia na estrada. Só que foram se passando os dias, e nada. Sem ligação, sem informações, e eu pedindo a Deus, implorando pra dar uma luz, um caminho”, disse Claudia, que procurou a Polícia Civil para ajudar a encontrar a filha e o ex-marido.

O passaporte de Gabriela é uma das lembranças que ficou com a mãe, além de fotos e vídeos. O caso foi registrado no Brasil como subtração de incapaz. A Justiça em São Paulo determinou então que Pedro devolvesse a criança à Claudia.

Acionada, a Interpol (polícia internacional) descobriu para onde Gabriela foi levada e colocou as fotos do pai e da menina no site de procurados pela Parental Child Abduction (algo como sequestro de filho por um dos pais, numa tradução livre do inglês para o português).

“E eu levei três meses pra saber que ela estava no Líbano. E ele levou três dias pra sair daqui do Brasil. E eu ficava indignada porque os documentos da Gabriella, passaporte da Gabriella, tudo tava comigo”, disse Claudia.

Ela também criticou o fato de Pedro não falar mais português com a menina, dificultando as vezes que tinha autorização dele para conversar com a filha pelo WhatsApp. “Por conta disso, ficou muito difícil nosso contato porque o pai dela não facilitou nenhum momento a nossa comunicação”.

Se sair do Líbano, Pedro, atualmente com 49 anos, terá de ser preso para responder no Brasil por ter levado Gabriella sem autorização. A menina, por sua vez, teria de ser repatriada.

Mas essa medida da Interpol não vale enquanto pai e filha estiverem em território libanês. Como o país não é signatário da Convenção de Haia sobre sequestro internacional de crianças, Claudia teve de pedir à Corte de Trípoli a devolução da guarda da filha que o ex-marido tirou dela à força.

Nesse período, a mãe conseguiu ver Gabriella por três vezes, duas delas ‘autorizadas’ por Pedro sob a supervisão de uma pessoa da confiança dele. Em outra, sem o conhecimento do pai da menina, Claudia invadiu a escola católica onde a filha estuda e convenceu a madre a deixá-la dar um abraço.

“Fui pro Líbano no mesmo ano, que foi em dezembro, onde eu fiquei três meses. Que foi nesse primeiro encontro que eu vi a Gabriella, né?! Depois de quase 7 meses procurando”, disse a mãe. “O Pedro contestando tudo, alegando que a criança já estava familiarizada no país. Não sei de que forma ela foi registrada. Eu não sei porque eu não obtive informações, mas ela, ele acabou colocando ela pra estudar.”

De acordo com Claudia, como Pedro é católico, ele pode ser julgado pela Justiça do Líbano. Se fosse muçulmano, disse ela, quem o julgaria seria a religião islâmica.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Bicampeão mundial exagera na bebida e paga corrida de táxi com a sua medalha de ouro
Quadrigêmeos filhos de alemã que pariu aos 65 anos recebem alta do hospital
https://www.osul.com.br/apos-7-anos-justica-do-libano-devolve-mae-brasileira-guarda-de-filha-sequestrada-pelo-pai/ Após 7 anos, Justiça do Líbano devolve a mãe brasileira a guarda de filha sequestrada pelo pai 2017-11-04
Deixe seu comentário
Pode te interessar