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Por Redação O Sul | 1 de fevereiro de 2019
O ex-governador do Paraná Beto Richa foi solto, por volta das 10h desta sexta-feira (1º), após decisão do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro João Otávio de Noronha. O político deixou o Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, em um carro branco, acompanhado do seu advogado, e não falou com a imprensa.
Ele estava preso desde o dia 25 de janeiro, quando foi deflagrada a 58ª fase da Operação Lava-Jato. A investigação que originou o mandado de prisão apura supostos crimes na concessão de rodovias no Paraná. A força-tarefa da Lava-Jato também denunciou o ex-governador por corrupção passiva, pertencimento a organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Na manhã da quinta-feira (31), o ex-governador havia sido transferido do Regimento de Polícia Montada, unidade da Polícia Militar localizada no Tarumã, em Curitiba, para o Complexo Médico-Penal em Pinhais. No local, estão outros presos da Operação Lava-Jato.
A decisão para a transferência do ex-governador foi do juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, o mesmo que havia decretado a prisão. A transferência atendeu a um pedido do Ministério Público Federal que reivindicava que Richa fosse levado a uma das unidades prisionais onde estão os demais presos pela Polícia Federal.
A decisão da transferência citou uma portaria do Regimento de Polícia Montada de 2015 que permite que os presos na unidade possam, por exemplo, fazer “inúmeras ligações telefônicas diárias”. Segundo a Polícia Federal, a advogada de Richa intermediou com o comando do regimento para que o ex-governador fosse para a unidade da Polícia Militar.
Denúncias
O ex-governador do Paraná, o irmão dele, Pepe Richa, e mais oito pessoas foram denunciados na segunda-feira (28) pela força-tarefa da Operação Lava-Jato por corrupção passiva e pertencimento a organização criminosa no esquema de propina em contratos de concessão de estradas paranaenses.
Segundo o Ministério Público Federal, o esquema desviou R$ 8,4 bilhões por meio do aumento de tarifas de pedágio do Anel de Integração e de obras rodoviárias não executadas. A propina paga em troca dos benefícios, conforme os procuradores, foi estimada em pelo menos R$ 35 milhões.
Depois, a força-tarefa também denunciou Richa, um dos filhos dele e o contador da família por lavagem de dinheiro na compra de um terreno em um condomínio na cidade de Curitiba, em 2012.