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Política Após derrota da reforma trabalhista, o governo exonera dois aliados do senador Helio José, que votou contra a reforma

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Empresário Joesley Batista gravou conversa com o presidente da República. (Foto: Divulgação)

Um dia após ver sua reforma trabalhista derrotada por 10 votos a 9 na CAS (Comissão de Assuntos Sociais), o governo retaliou nesta quarta-feira (21) ao menos um dos senadores aliados que votaram contra o relatório de Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Chamando o governo Michel Temer de “corrupto” e acusando do Palácio do Planalto de fazer um “balcão de negócios” em uma “retaliação terrível”, o senador Hélio José (PMDB-DF) criticou a demissão de dois de seus indicados no DOU (Diário Oficial da União).

Foram publicadas nesta quarta a exoneração de Vicente Ferreira do cargo de diretor de planejamento e avaliação da Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste) e de Francisco Nilo Gonsalves Júnior, que era superintendente da SPU (Secretaria do Patrimônio da União) no Distrito Federal.

Em agosto do ano passado, foi divulgado um áudio em que Hélio José defende a indicação de seu ex-assessor para o cargo na SPU, afirmando que nomeava “a melancia que quiser” para o posto e que quem não “estiver com ele” pode “cair fora”.

“Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser, a melancia que eu quiser aqui, eu vou colocar”, disse o senador em um trecho da gravação divulgada em 2016.

Nesta quarta (21), ele criticou o posicionamento do governo. “É inadmissível que um governo mergulhado neste emaranhado de corrupção tome este tipo de atitude, de retaliação a quem quer fazer as coisas de forma correta. Não podemos concordar isso”, afirmou Hélio José nesta manhã.

O parlamentar, que ajudou a derrotar a reforma trabalhista na comissão, disse acreditar que o governo “está para o que der e vier” e que não é “correto” para comandar o Brasil

“Acho que os caras enlouqueceram. Pegar um senador da República e retaliar duas indicaçõezinhas de governo por causa de uma votação porque votou com sua consciência. Isso é justo? Não é justo. Não é um governo correto para um País do tamanho do nosso”, afirmou, mesmo relutando em se dizer oposição oficial a Michel Temer.

Hélio José disse ter se sentido ameaçado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e admitiu ter sido influenciado pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), um dos principais críticos das reformas defendidas pelo governo. “O senador Renan tem uma posição que é claro que influencia todos nós também”, afirmou.

Em reserva, correligionários de Michel Temer no Senado fizeram coro ao presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), e culparam o próprio governo pela derrota.

Criticaram o peemedebista por, em plena semana de votação, ter levado com ele para a Europa o articulador político do Palácio do Planalto, ministro Antonio Imbassahy, e o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC).

Na terça-feira, ministros de Temer atribuíram o revés ao PSDB. O ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) chegou a se dizer surpreso com o voto do senador Eduardo Amorim (PSDB-SE), contrário à reforma.

Leitura

O relator da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), fez a leitura, na manhã desta quarta-feira (21), de parecer favorável à proposta aprovada pela Câmara dos Deputados. Durante a sessão, partidos de oposição ao governo Michel Temer tentaram adiar a análise da reforma na Comissão.

O plano de Jucá é apresentar o parecer nesta quarta-feira e votar o texto na comissão na próxima quarta-feira (28). No início da sessão, porém, parlamentares da oposição fizeram questionamentos sobre o andamento dos trabalhos no colegiado.

Na leitura do parecer, Romero Jucá sustentou que a matéria aprovada pela Câmara cumpre todos os requisitos legais e não afronta nenhum dispositivo da Constituição. “É hora de mudar de um padrão de tutela e interferência do estado para um padrão de maior liberdade”, disse, antes de argumentar que o projeto “não traz nenhum prejuízo” ao trabalhador.

Embates

Os oposicionistas reclamaram que nenhuma audiência pública foi feita para debater a constitucionalidade do projeto. Eles solicitaram o agendamento desses debates antes da votação do texto na comissão. A reunião teve momentos de embate entre senadores. Demonstrando irritação, Jucá chegou a afirmar: “Por que não vota logo [o relatório] para vocês derrotarem a gente? Vocês não têm voto?”, disse.

“Vossa excelência tem que ter respeito na discussão”, respondeu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Na terça (20), o governo sofreu uma derrota ao ter um relatório favorável à reforma trabalhista rejeitado pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado. No lugar, foi aprovado um relatório alternativo, do senador Paulo Paim (PT-RS), que recomenda a total rejeição da matéria.

Antes de ter passado pela CAS, a reforma tramitou também na Comissão de Assuntos Econômicos, que aprovou um parecer favorável ao texto. De acordo com a Mesa Diretora do Senado, os relatórios das três comissões vai servir como orientação para a votação no plenário da Casa, que vai dar a última palavra sobre aprovação ou rejeição da reforma trabalhista. (AG)

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https://www.osul.com.br/apos-derrota-da-reforma-trabalhista-o-governo-exonera-dois-aliados-senador-helio-jose-que-votou-contra-reforma/ Após derrota da reforma trabalhista, o governo exonera dois aliados do senador Helio José, que votou contra a reforma 2017-06-21
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