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Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2017
A Islândia realiza neste sábado (28) novas eleições legislativativas, a segunda do ano. As pesquisas apontam, ao mesmo tempo, para um triunfo do conservador Partido da Independência e para a ascensão da oposição de esquerda, aponta a agência Efe.
As eleições foram convocadas novamente após um escândalo envolvendo conexões entre um pedófilo e Bjarni Benediktsson, primeiro-ministro da Islândia. A situação levou ao colapso da coalizão parlamentar que sustentava o governo do país.
O escândalo se deu porque o primeiro-ministro teria omitido que seu pai recomendou que fosse “restituída a honra” de Sigurjón Hauksson, amigo condenado por pedofilia. Hauksson foi condenado em 2004 por estuprar sua enteada quase todos os dias durante 12 anos, desde que ela tinha 5 anos até completar 18, informa a BBC.
Ainda, agora em outubro, o jornal britânico “The Guardian” revelou que o primeiro ministro Benediktsson, quando era deputado, vendeu ativos para bancos quando o estado estava prestes a apoderar-se do setor financeiro do país no auge da crise de 2008.
Apesar de denúncias, partido do primeiro-ministro é favorito
Segundo a agência Efe, as últimas pesquisas situam como vencedores os conservadores do primeiro-ministro Bjarni Benediktsson, que formou com duas forças centristas – o Partido Reformista e o Futuro Brilhante – o executivo de maioria absoluta mais breve da história deste país nórdico, que durou apenas nove meses.
A última pesquisa publicada pelo jornal “Frettabladid”, informa a Efe, indica que o Partido da Independência, liderado pelo primeiro-ministro islandês, teria 24,1% dos votos, seguido pela Esquerda Verde, com 19,2%.
A Aliança Social-Democrata vem no terceiro lugar (14,3%), na frente do Partido Centrista (9,6%) e do Partido Pirata (9,4%). Também entrariam no parlamento o Partido Reformista e o Partido Progressista, com 7,5% e 6,2% dos votos.
O Partido do Povo, com tendências xenofóbicas, segundo a Efe, estaria pouco abaixo dos 5% dos votos requeridos para conseguir cadeiras parlamentares. É o mesmo caso do Partido Futuro Brilhante.
Ascensão
Até poucos dias atrás, informa a Efe, a oposição Movimento de Esquerda liderava as pesquisas, mas acabou cedendo terreno perante o habitual impulso dos conservadores, amparados na sua capacidade de mobilização e nos bons números macroeconômicos, apesar dos escândalos.
Segundo o ” The Guardian”, a Islândia teve crescimento de 7,2% no ano passado e sustenta uma taxa de desemprego abaixo de 2,5% – e, isso, diz o jornal, explicaria a permanência do Partido de Independência.
Por isso, apesar da ascensão da oposição, personificada também na recuperação da Aliança Social-Democrata – que poderia se transformar em terceira força –, a esquerda não alcançaria a maioria.