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Saúde Após os 65 anos de idade, o risco de Alzheimer dobra a cada cinco anos

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Ainda não há cura para o mal, que não é a mais grave das demências, embora seja a mais comum e conhecida. (Crédito: Reprodução)

Para a neurologia, as traições da memória frequentes e significativas podem indicar o sintoma de uma doença silenciosa, que deteriora lenta e gradualmente a vida de aproximadamente 1,2 milhão de brasileiros por ano: o Alzheimer. Ainda não há cura para o mal, que não é a mais grave das demências, embora seja a mais comum e conhecida.

“De todos os fatores de risco, viver mais é a principal causa no desenvolvimento de demência do Alzheimer. Após os 65 anos, esse risco dobra a cada cinco anos”, diz o neurologista Rodrigo Schultz, diretor da Associação Brasileira de Alzheimer. De acordo com o médico, as mulheres parecem ter risco maior para o desenvolvimento da doença, contudo, essa prevalência acontece pelo fato de elas viverem mais do que os homens. “Mas nem todos os ‘gagás’ ou ‘esclerosados’, como se dizia antigamente, tinham Alzheimer.”

O crescimento da doença preocupa cientistas por causa de uma simples equação: longevidade é igual a mais demências, e o Alzheimer está entre elas. No mundo, há mais de 900 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Estima-se que 47 milhões delas tenham algum tipo de demência. Projeções apontam que esse número pode chegar a cerca de 132 milhões em 2050.

Por que é difícil encontrar cura ou remédios mais eficientes para tratar o Alzheimer?

Rodrigo Schultz – Existem muitos fatores desconhecidos entre as causas da doença. Já identificamos diversos fatores de risco, genéticos, ambientais, colesterol alto, depressão e, principalmente, tabagismo. Quem fuma tem um risco três vezes maior de desenvolver Alzheimer. Mas não sabemos por que a doença ocorre. Conhecemos as lesões cerebrais que são características da doença.

Quando essas alterações no cérebro acontecem, aparece a doença?

Schultz – Os mais novos estudos mostram que, quando aparecem os primeiros sintomas de demência, essas alterações já existem. Não sabemos há quanto tempo. Mas é por essa razão que, ao constatarmos esses sintomas, conseguimos fazer o diagnóstico. Não há tratamento para se prevenir, curar ou mesmo retardar o início dos sintomas ou a progressão da doença e de outras demências. Temos cinco medicamentos aprovados que reduzem temporariamente os sintomas, mas não impedem a progressão da doença.

“Reduzem temporariamente” quer dizer que eles adiam o aparecimento dos sintomas?

Schultz – A doença de Alzheimer, a exemplo de outras enfermidades degenerativas, é dividida em várias fases determinadas pela evolução. Atualmente, nosso critério estabelece a fase leve, moderada e grave. Seja qual for o estágio, no entanto, a doença vai evoluir até a morte do paciente. Esses medicamentos, quando bem-sucedidos, reduzem os sintomas mais frequentes. Mas isso só funciona por algum tempo.

Qual é a evolução da doença?

Schultz – É uma doença que consiste na perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Sabemos que a idade e a gravidade da doença estão diretamente relacionadas. Da mesma forma, sabemos que as pessoas podem desenvolver o Alzheimer com sintomas e trajetória diferentes. E, também, que a doença não tem uma progressão linear. Mas, no fim, haverá perda gravíssima da memória. O doente perde a capacidade de entender o que ocorre ao seu redor.

A precocidade no diagnóstico faz diferença na evolução da doença?

Schultz – Como em todas as enfermidades, sim. Mas muitas pessoas não têm diagnóstico. Não têm acesso a nenhum tipo de tratamento. No Brasil, desse 1,2 milhão de casos que as estimativas apontam, boa parte não sabe que tem a doença. O fato dos sintomas iniciais, perda de memória, por exemplo, serem interpretados como parte do envelhecimento, faz com que não se procure atendimento, diagnóstico. Além disso, não há um único exame que indique o problema. (AG e Folhapress)

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https://www.osul.com.br/apos-os-65-anos-de-idade-o-risco-de-alzheimer-dobra-a-cada-cinco-anos/ Após os 65 anos de idade, o risco de Alzheimer dobra a cada cinco anos 2016-07-22
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