Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2016
Quando fala de Iolanda, sua personagem em “Velho Chico”, da TV Globo, Christiane Torloni realça no encadeamento das palavras experiências pertencentes também ao seu interior feminino. As mulheres (a real e a inventada) se confundem como em um delicado jogo de espelhos. Nem sempre fica claro onde uma começa e a outra termina. Qual reflexo, porém, traduz melhor sua essência?
“O amor pode ser uma prisão. Para você se libertar, tem que abrir mão dele. Porque o amor vale a pena, mas não vale a vida. Quantas mortes alguém aguenta ter numa só vida? Tem uma hora que você não dá conta”, argumenta a atriz de 59 anos, que reedita a parceria romântica com Antonio Fagundes, duas décadas após protagonizarem “A Viagem” (1994).
A atriz descreve os conflitos do atual folhetim, sem negar haver nessas frases pitadas de seu cotidiano. Na novela das nove, inundada pelos anseios da paixão, a mulher de alma gitana tenta resgatar no velho Afrânio o homem que lhe deu uma rosa vermelha no passado. E, acima de tudo, crê nesse retorno, embora o esforço a consuma. A flor e os espinhos de uma relação são expostas no texto e em cena, algo também presente na bagagem de Christiane.
“Eu me identifico naturalmente com ela, mas me casei quatro vezes. Tenho uma verdadeira bula, vejo direitinho as contraindicações: ‘Ah, essa tarja preta já foi, não me engana mais’. Agora, quero só florais”, brinca Christiane, atualmente solteira, após casar com os diretores Ignácio Coqueiro e Dennis Carvalho, o psicanalista Eduardo Mascarenhas e o artista Luiz Pizarro. (AG)