Quarta-feira, 17 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2016
O ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso nesta quarta-feira (19) pela Polícia Federal, foi excluído de um grupo de WhatsApp de deputados peemedebistas horas após ser detido.
Acusado de envolvimento no esquema de corrupção que atuou na Petrobras e investigado na Operação Lava Jato, Cunha foi preso em Brasília por tempo indeterminado e levado para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Logo após a prisão, os advogados do peemedebista a classificaram de “absurda” e “sem nenhuma motivação”.
Embora ainda estivesse incluído no grupo de WhatsApp dos deputados do PMDB, Eduardo Cunha, ex-presidente da Casa, teve o mandato parlamentar cassado em 12 de setembro, por 450 votos a 10, acusado de mentir à CPI da Petrobras quando disse não ter contas no exterior.
À reportagem, o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), administrador do grupo de WhatsApp, disse ter excluído Cunha horas após a prisão.
“Eu o removi ontem [quarta, 20], algumas horas depois [da prisão]. Já que o grupo [de WhatsApp] foi feito para debates entre os deputados e, como o celular já não estava mais com ele, resolvi removê-lo”, disse Rocha.
O grupo é usado pelos deputados do PMDB para falar sobre projetos em tramitação na Câmara, assim como problemas internos na bancada e no partido.
Segundo Hildo Rocha, Cunha era um dos parlamentares mais ativos no grupo de mensagens, mas, desde a cassação, já não comentava mais nada. “Todos participam, inclusive o Eduardo participava muito, mas, desde que ele foi cassado, já não participava mais”.
Com a exclusão de Cunha do grupo, a Polícia Federal não terá mais acesso às mensagens que vierem a ser trocadas entre os integrantes do grupo, mas poderá ler as anteriores.
“A Polícia Federal não é deputada do PMDB. Tinha que tirar mesmo”, brincou um peemedebista que faz parte da bancada, sob anonimato.
Após passar a primeira noite preso, Cunha fez um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) nesta quinta-feira.
De acordo com a PF, o ex-deputado levou consigo somente uma mala de roupas e está detido em uma cela com beliche de cimento, uma pequena bancada com um banquinho, um vaso e uma pia.
Eduardo Cunha também terá horário diferenciado de banho de sol em relação aos demais presos, de uma hora por dia. (AG)