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Notícias Após sugerir que deputado estava vivo, presidente da CPI desiste de exumação do corpo

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Janene é apontado como um dos mentores do esquema de corrupção na Petrobras. (Foto: Lula Marques/Folhapress)

O presidente da CPI (comissão parlamentar de inquérito) da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB) anunciou na abertura da reunião da comissão, na quinta-feira, que recebeu telefonema da filha do ex-deputado José Janene (PP-PR), Danielle Janene. Segundo Motta, ela se comprometeu a enviar documentos que provam que seu pai “realmente faleceu”.
“Algumas informações desencontradas chegaram até a família. Foi esclarecido, nós atendemos a um apelo da família naquele momento. Ela se comprometeu a enviar alguns documentos que provam, segundo a família, que o senhor Janene realmente faleceu. Avisei a ela que decidimos fazer pedido de requerimento para aprovar a exumação. Ela me pediu para aguardar e para analisar a documentação”, afirmou Motta, que, na manhã de quinta-feira, recebeu em seu gabinete o advogado de Stael Janene, ex-mulher do ex-deputado, que também ficou contrariada com iniciativa de exumar os restos mortais do ex-deputado.
“Pedi que esses documentos fossem encaminhados para ser analisados. A partir daí, a CPI vai decidir o que vai fazer. Todas as informações que chegarem a esse presidente daremos o tratamento que foi dado ontem [quarta-feira]. É obrigação nossa. Como tão bem falou o Delegado Waldir (PSDB-GO), não podemos desprezar informações. Em atenção à família não irei apresentar o requerimento [pela exumação]”, disse o deputado.
Durante reunião da CPI na quarta-feira, Motta havia anunciou que decidiria de próprio punho, em ato do presidente, pela exumação do ex-dirigente do PP envolvido nos escândalos do mensalão e da Petrobras. O parlamentar disse que Janene poderia estar morando na América Central e sua própria mulher suspeitava que ele estava vivo. Diante da reação de parlamentares e da negativa de familiares, Motta anunciou que colocaria em votação, para apreciação de seus pares. Depois, recuou novamente e disse que antes de fazer o pedido iria ouvir  o advogado da ex-mulher.

Petrobras

Janene é apontado como um dos mentores do esquema de corrupção na Petrobras e o padrinho político do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Operação Lava-Jato. Amigo de Janene, o doleiro Alberto Youssef admitiu ter distribuído a ele e outros políticos do PP propina recolhida de empresas com contratos na Petrobras. Ele também foi um dos réus do escândalo do mensalão, mas morreu dois anos antes do julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal.
O ex-deputado morreu em setembro de 2010, por problemas cardíacos, aos 55 anos. Ele estava internado no Incor (Instituto do Coração), em São Paulo, e aguardava por um transplante de coração. Foi o próprio Youssef quem assinou a certidão de óbito do ex-deputado. Segundo Danielle, filha de Janene, o doleiro era amigo da família e a acompanhou no reconhecimento e na liberação do corpo, ficando responsável pelos trâmites burocráticos. Danielle afirma que acompanhou o pai “até o último suspiro”. “Liberei o corpo e os documentos. O velório foi feito com o caixão aberto. Ele foi enterrado em uma túnica branca, de acordo com a religião muçulmana”, contou.
A filha foi a primeira a criticar a proposta de exumação. “Esse trabalho [da CPI] perdeu a credibilidade, sinceramente”, disse. “Acho que querem cinco minutos de fama”, acrescentou.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), outro integrante da CPI da Petrobras, criticou a proposta de exumação dizendo que a iniciativa tinha o objetivo de “tirar o foco das investigações de quem está vivo”. Para o  deputado Ivan Valente (PSOL-SP), a hipótese de Janene estar vivo lembra um “roteiro de novela”.
“Isso é coisa de Comendador [o personagem do novelista Aguinaldo Silva], coisa de [novelista] Janete Clair; é uma colocação estapafúrdia, de tão descabida. O que deve haver é grandes motivos para se desviar o foco da CPI.” O desabafo, misto de raiva e deboche, é do empresário Faiçal Jannani, irmão mais velho de Janene.
“Até, na época, chegamos a achar estranho ele ter morrido dentro do Incor: sofreu duas paradas cardíacas sendo que estava em uma UTI [Unidade de Terapia Intensiva] para trocar o marcapasso. Confesso que achamos, em um primeiro momento, que alguém tivesse protagonizado aquilo, ficamos seriamente desconfiados disso. Mas como era um corpo clínico muito respeitável, aceitamos”, acrescentou

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