Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de fevereiro de 2016
A Apple dirá oficialmente a um juiz federal nesta semana que sua disputa com o FBI (a polícia federal norte-americana) sobre o acesso a dados criptografados do iPhone deve ser decidido pelo Congresso, e não pelos tribunais, segundo informações da agência de notícias Associated Press. A empresa também argumentará que o pedido do governo Obama para que ela o ajude a acessar dados de um iPhone em caso de terrorismo também é impróprio, conforme uma lei de 1789, que tem sido usada para obrigar empresas a prestar assistência à sua aplicação em investigações.
Theodore J. Boutrous Jr., advogado da Apple, relatou à Associated Press alguns dos próximos argumentos da empresa no caso. Tim Cook, executivo-chefe da companhia, também apresentou parte de sua estratégia. O esforço da Apple levará o debate sobre os direitos à privacidade digital e os interesses de segurança nacional para o Congresso, onde a empresa exerce muita influência. A companhia gastou quase 5 milhões de dólares em lobby no Congresso dos EUA no ano passado, principalmente em questões fiscais e de direitos autorais.
Legisladores importantes estão divididos sobre a validade das demandas do governo no caso. Na semana passada, o juiz Sheri Pym, da Califórnia, ordenou à Apple que criasse um software especializado para ajudar o FBI a invadir um iPhone vendido no Estado cujo dono foi o autor do ataque que deixou 14 mortos em San Bernardino em dezembro do ano passado. “O governo está pressionando os tribunais a fazerem o que ele não conseguiu que o Congresso fizesse”, declarou o defensor da Apple à Associated Press.