Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de outubro de 2015
Os desdobramentos na esfera política do esquema de propina envolvendo o contrato da usina de Angra 3 estão sob investigação no STF (Supremo Tribunal Federal) e incluem três senadores do PMDB – o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e os senadores Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR). Inquérito sigiloso sobre o tema tramita no gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, na Corte, e inclui os três peemedebistas, revelaram fontes que têm acesso ao caso.
São investigados ainda o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Aroldo Cedraz, o ministro do TCU Raimundo Carreiro e um suposto sócio do advogado.
A investigação tem como fundamento a delação do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, que teria relatado pagamentos mensais a Tiago Cedraz em troca de influência e informações sobre o TCU. Pessoa disse ainda ter negociado pagamento de 1 milhão de reais com o advogado para liberação, pelo Tribunal de Contas, das obras da usina de Angra 3 – que teve a UTC entre as empreiteiras que formavam consórcio contratado para execução do projeto. O processo foi relatado pelo ministro Raimundo Carreiro.
Consórcio
Edison Lobão, então ministro de Minas e Energia, teria articulado os repasses ao PMDB em troca do negócio da usina de Angra 3, sob responsabilidade da Eletronuclear. O executivo Flávio Barra, da Andrade Gutierrez Energia, disse em depoimento à Justiça Federal no Paraná que Pessoa informou às empreiteiras integrantes do consórcio vencedor da obra que o peemedebista havia solicitado contribuição eleitoral para o partido. A investigação que inclui Tiago Cedraz, Carreiro e Lobão começou a correr antes no Supremo do que a apuração envolvendo Calheiros e Jucá. A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República enviaram um adendo à investigação, recentemente, para incluir o nome dos dois senadores, supostos beneficiários também de pagamentos indevidos oriundos de corrupção na Eletronuclear. (AE)