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Mundo A Argentina condena ex-juízes à prisão perpétua por crimes contra a humanidade

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Otilio Romano é um dos ex-juízes federais condenados. (Foto: Reprodução)

A justiça argentina condenou à prisão perpétua doze pessoas, entre elas quatro ex-juízes federais, por crimes contra a humanidade cometidos durante a última ditadura (1976-1983), informou na quarta-feira (26) o Centro de Informação Judicial da Suprema Corte.

A condenação partiu do Tribunal Oral Federal N° 1 da província de Mendoza, que julgou 28 pessoas. Doze foram condenadas à prisão perpétua, 13 a penas de entre 3 e 20 anos de prisão e três acabaram absolvidas.

Este é o quarto julgamento em Mendoza por crimes contra a humanidade e o mais importante já realizado na província pela quantidade de casos que envolve.

Os condenados foram acusados por crimes contra 110 pessoas, das quais 52 permanecem desaparecidas.

O processo incluiu a apropriação de Celina Manrique Terrera, desaparecida aos oito meses de vida junto com seus pais. Ela só teve sua identidade restituída em 2007 com os esforços das Avós da Praça de Maio, que procuram seus netos desaparecidos.

O julgamento, que começou em fevereiro de 2014, deu destaque aos crimes contra a humanidade cometidos entre 1975 e 1979 na província pela polícia, com a cumplicidade dos juízes, que se omitiram.

Os quatro ex-juízes federais condenados são Otilio Romano, Luis Miret, Rolando Evaristo Carrizo e Guillermo Max Petra Recabarren.

Em 2005, as leis que anistiavam os autores de crimes contra a humanidade foram derrogadas, o que permitiu 689 condenações por tortura, sequestro e assassinato de opositores, segundo um relatório judicial de junho de 2016.

Segundo organismos humanitários, a ditadura deixou 30.000 desaparecidos enquanto cerca de 500 bebês foram roubados das mães em cativeiro. Destes, 122 recuperaram sua identidade pelo trabalho da Associação Avós de Praça de Maio.

Referência

Estela de Carlotto é uma personagem chave na Argentina e referência mundial na luta pelos direitos humanos. Aos 86 anos, e depois de 40 lutando nas Avós da Praça de Maio, mantém sua enorme influência. Sua organização conseguiu recuperar 122 netos, incluindo o dela, localizado em 2014. Em sua maioria foram tirados de suas mães depois de as terem assassinado, e entregues a famílias próximas à ditadura.

Carlotto, tão encantadora como firme, diz que a Argentina é um exemplo para o mundo em direitos humanos exatamente porque ali estão as Avós e outros grupos que pressionam todos os governos. “Tenho 86 anos, estou cansada e uso bengala para caminhar. Mas tenho de continuar, porque faltam centenas de netos [cerca de 400]. E é preciso deixar tudo muito claro, para que nenhum governo consiga apagar tudo que é memória. Este Governo, por exemplo, quer esquecer. Questionaram o número de desaparecidos. Por isso não posso cruzar os braços, porque eu encontrei meu neto. Mudou meu coração, minha alegria, a família está completa e os vejo crescer. Tenho uma bisneta, que é a neta de minha filha Laura. Mas minhas companheiras ainda estão esperando”, destaca a ativista.

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https://www.osul.com.br/argentina-condena-ex-juizes-prisao-perpetua-por-crimes-contra-humanidade/ A Argentina condena ex-juízes à prisão perpétua por crimes contra a humanidade 2017-07-27
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