Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2017
A viúva e o filho do narcotraficante Pablo Escobar estão sendo investigados na Argentina pela lavagem de US$ 15 milhões através de empresas do país.
A informação foi confirmada pela ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, e pelo diretor da Unidade de Informação e Análise da Colômbia, Juan Francisco Espinosa.
María Victoria Henao e Pablo Escobar Filho estão sendo investigados pela ligação com o narcotraficante colombiano Piedrahita Ceballo e empresários argentinos.
Henao e Escobar Filho, cujas identidades na Argentina eram María Isabel Santos e Sebastían Marroquín, facilitaram contatos para que Ceballos pudesse lavar dinheiro ilegal em empresas argentinas.
As investigações foram realizadas na Colômbia, Estados Unidos e Argentina. Os EUA, onde Ceballos é acusado de narcotráfico e corrupção, pediram à Colômbia a extradição do narcotraficante.
Segundo a investigação, Ceballos teria lavado US$ 15 milhões utilizando duas empresas da Argentina: a tradicional cafeteria “Los Angelitos” e a “Rojo Tango”, ambas em Buenos Aires.
“A viúva e o filho de Pablo Escobar foram quem, em uma de suas viagens à Argentina, apresentaram Ceballos a empresários argentinos como Mateo Corvo Cocet”, disse Bullrich.
Os familiares de Escobar e Corvo Cocet cobravam uma taxa de 4,5% para realizar o processo.
“Ceballos estava tranquilo enquanto permanecia preso, mas, quando soube que seus bens estavam sendo investigados na Argentina, o mundo dele caiu”, indicou a ministra.
As investigações indicam o envolvimento de outras pessoas no crime. Um dos suspeitos é o ex-jogador colombiano Mauricio Serna, que disputou as Copas do Mundo de 1994 e 1998 pela seleção de seu país, e atuou pelo Boca Juniors entre 1997 e 2002.
Dinheiro
O que aconteceu com a fortuna de Pablo Escobar Gaviria, um dos homens mais ricos do mundo? Sua mulher Victoria e seu filho Juan Pablo deveriam herdá-la. Mas Juan Pablo, que escreveu dois livros sobre a vida com seu pai, o traficante mais famoso do planeta, afirmou em uma recente entrevista ao El País que eles nunca viram um só dólar após a morte do patriarca, em 1993. Ele afirma que o cartel de Cali ficou com tudo, em troca de não matá-los.“Eu fui com minha mãe a essas reuniões. Exigiram que entregássemos todos os bens como parte do butim de guerra. A exigência era simples: se esconderem uma só moeda, iremos matá-los. Assim salvamos nossa vida. Voltamos a ser ninguém”, afirmou.
A família Escobar vive desde 1994 na Argentina, onde chegou oito meses após o assassinato de Pablo Escobar em Medellín. A viúva e os dois filhos do traficante acertaram com o Governo da Colômbia uma troca de identidade e com seus novos nomes chegaram a Buenos Aires, após uma tentativa fracassada de entrada na Alemanha. Em 1999, Henao foi presa em Buenos Aires por lavagem de dinheiro, mas a causa foi uma escandalosa farsa que terminou com dois acusadores presos. A família sumiu depois no anonimato, até Juan Pablo decidir reaparecer com a publicação de dois livros sobre a vida de seu pai.