Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de outubro de 2015
Dados preliminares da Justiça eleitoral da Argentina divulgados na madrugada desta segunda-feira (26) apontam segundo turno entre o governista Daniel Scioli e o candidato opositor Mauricio Macri (Mudemos). Os números, parciais e correspondendo a 96,76% das seções eleitorais, indicavam Scioli à frente, com 36,83% dos votos, ante 34,35% de Macri. A segunda etapa da votação vai acontecer em 22 de novembro.
De qualquer forma, o resultado se mostrava surpreendente pelo desempenho de Macri, que mantinha uma desvantagem de quase dez pontos percentuais ante Scioli nas pesquisas. Os discursos de ambos neste domingo (25) já indicavam segundo turno. A coalizão governista Frente para a Vitória insistia na versão de que ganhara “com ampla maioria” até as 23h de Brasília, quando o próprio Scioli subiu ao palco do Luna Park para “convocar a todos a nos acompanhar até o fim”. Citou os “indecisos e independentes”, sugerindo que o pleito não estava decidido.
Em sua fala, lembrou o que considera avanços do kirchnerismo, a política de direitos humanos, a estatização da YPF e da Aerolíneas Argentinas e a priorização dos interesses dos trabalhadores. No “bunker” do Mudemos, Macri fez um longo discurso de agradecimento e pediu o voto dos que preferiram seus rivais, “inclusive os que votaram em Scioli, pois espero que se convençam de que nossa proposta é a melhor”.
Também falou Sergio Massa (UNA), terceiro na disputa, que admitiu ter ficado de fora e pediu que os argentinos ponham um fim “na política de governar distribuindo planos sociais”, em uma crítica clara ao kirchnerismo.
Confirmando-se o segundo turno, os mais de 5 milhões de votos de Massa que teria recebido serão disputados entre Scioli e Macri. O segundo turno será inédito na história recente da Argentina. Em 2003, Néstor Kirchner e Carlos Menem chegaram à reta final, mas Menem desistiu, e Kirchner se tornou presidente com apenas 22% dos votos. (Folhapress)