Geral As autoridades da Suíça querem saber por que duas mulheres jogaram 100 mil euros na privada
Por Redação O Sul | 18 de setembro de 2017
Se alguém lhe disser que jogou 100 mil euros (cerca de 120 mil dólares ou aproximadamente 350 mil reais) na privada, você certamente vai imaginar que se trata de uma metáfora para um investimento financeiro ruim, ou um grande desperdício de dinheiro.
Na Suíça, porém, o Ministério Público abriu uma investigação para apurar o motivo pelo qual duas pessoas tentaram se desfazer dessa quantia, em cédulas de 500 euros, lançando-as dentro dos vasos sanitários de três restaurantes em Genebra e de uma agência do gigante bancário UBS.
As notas “provavelmente foram rasgadas em tiras”, afirmou à imprensa europeia o porta-voz do Ministério Público local, Vincent Derouand, confirmando o incidente – que aconteceu em maio deste ano mas só foi revelado agora, em uma reportagem do jornal Tribune de Genève (“Tribuna de Genebra”).
As autoridades não revelaram a identidade dos suspeitos, mas o periódico noticiou que se tratam de duas mulheres de procedência espanhola, que mantinham guardado o dinheiro em um cofre bancário.
O porta-voz explicou que a investigação terá como foco, inicialmente, a eventual ligação dessa pequena fortuna com alguma atividade ilegal. De qualquer forma, o ato de destruir dinheiro – ou mesmo colocá-lo na privada e em seguida puxar a descarga – não é considerado crime na Suíça.
Denúncia
A polícia do país europeu – um dos mais movimentados centros financeiros internacionais – recebeu a denúncia de uma forma não menos inusitada: os donos e gerentes de ao menos três restaurantes localizados nas imediações de uma agência do banco UBS estavam se queixando de que os banheiros dos estabelecimentos estavam entupidos de uma forma poucas vezes vista anteriormente. E que o problema parecia intencional.
Para aumentar as nuances surreais do caso, algum tempo depois as três empresas atingidas pelo problema foram procuradas por um advogado, que se apresentou como representante legal das mulheres que haviam jogado fora as notas.
Ele pagou a cada um deles uma recompensa em dinheiro pelos prejuízos causados às redes particulares de encanamento”, relatou Derouand. “As queixas foram então retiradas.”
A agência da UBS envolvida fica no centro de Genebra e abriga o escritório de gestão patrimonial do maior banco da Suíça, explicaram os procuradores da cidade. As notas foram descobertas em banheiros próximos ao cofre do banco, acrescentou o porta-voz. A gigante financeira não quis comentar o caso.
No ano passado, o Banco Central Europeu informou a decisão de interromper a produção das cédulas de 500 euros. O motivo alegado foram as preocupações das autoridades em relação ao uso cada vez mais frequente dessas notas em atividades ilícitas, incluindo a lavagem de dinheiro – no caso das espanholas, entretanto, tudo indica que não foi o que ocorreu. Mas o Ministério Público está curioso.
