Saúde As mulheres agora estão muito mais seguras de sua sexualidade
Por Redação O Sul | 31 de julho de 2015
A mulher moderna vem se mostrando cada vez mais segura em relação a sua sexualidade. As novas representações femininas mostram uma versão muito menos romantizada e frágil da mulher quando se trata de sexo. Prova disso é o enredo do novo filme “Magic Mike XXL” – polêmico longa-metragem em cartaz nos cinemas brasileiros – que é menos a nova celebração da amizade e virilidade dos strippers já conhecidos do público e mais, muito mais, um signo do empoderamento das mulheres. A palavra pode ser feia, mas, nos Estados Unidos, “women empowering” (“mulheres poderosas”) é o tema da vez. Sim, sabemos que elas ocupam cada vez mais cargos de comando, mas o poder agora é sexual.
Em Los Angeles (EUA), a reportagem conversou com as estrelas de “Magic Mike”, Channing Tatum e Joe Mangianello, atual namorado da bela atriz colombiana Sofia Vergara. Tatum, ator de “Foxcatcher” e “Se Ela Dança, Eu Danço”, já é conhecido do público. Mangianello, também, o lobisomem da série “True Blood”. Ambos já estavam no primeiro longa, também com Matthew McConaughey. As mulheres poderosas de “Magic Mike XXL” são Andie MacDowell, de “Quatro Casamentos e Um Funeral”, e Jada Pinkett, da trilogia “Matrix”, casada com Will Smith.
Andie reflete: “Fazem apenas 26 anos que em ‘Sexo, Mentiras e Videotape’ ainda se discutia se mulheres que tinham muitos homens eram vagabundas. Mulheres que tomavam a iniciativa, essas, com certeza, eram. Imagine minha avó ou mesmo minha mãe em um clube de strip-tease masculino, aplaudindo e passando a mão nesses caras de sunga. É mais fácil imaginar meu avô e meu pai em um clube de strip-tease tradicional, de mulheres”.
Jada prossegue: “Acho que houve um avanço muito grande no campo comportamental, e hoje as mulheres estão muito mais seguras de sua sexualidade. Mas ainda vejo diferença. Os homens vão sozinhos aos clubes de strip-tease e a maioria deve sonhar com uma dança exclusiva, que possa evoluir para alguma coisa mais. Por minha experiência, posso dizer que as mulheres vão a clubes de strip-tease masculino em grupo, pela farra, e que até se sentiriam ofendidas se um dos dançarinos chegasse com uma proposta mais ousada. Estamos falando do geral, não do particular. É claro que alguma há de querer, mas o que quero dizer é que, a despeito dessa aparente liberalidade, a mulher ainda é mais romântica que o homem, eu acho”.
Trama de “Magic Mike XXL”.
Na trama de “Magic Mike XXL”, o grupo de strippers cai na estrada e vai parar no clube gerenciado por Jada. Tatum interessa-se pela filha de Andie. Na mansão da personagem de Andie, ela está recebendo amigas. Reproduz-se na casa o clima de um clube. Mangianello vai para a cama com a poderosa Andie. O despertar talvez seja a melhor cena do filme, dirigido por Gregory Jacobs. Mangianello chega na cozinha onde os amigos tomam café. “E aí, comeu?”. Todo mundo quer detalhes. Chega Andie, soltinha e exuberante.
“Como foi para uma atriz [e mulher] tão classuda fazer essa dama tão pouco afeita aos códigos rígidos de comportamento?”, o repórter pergunta a Andie. “Não me baseei em ninguém em particular, mas criei a personagem como um sonho feminino. Aquilo que talvez quiséssemos ser, mas poucas de nós ousam.”
Jada conta que foi muito divertido bancar a apresentadora do próprio cabaré. “A ideia é comandar uma massa de mulheres que, muito facilmente, pode enlouquecer.” Como o XXL do título, o filme cresce de tamanho quando o grupo de strippers participa de um concurso. Cada um tem sua coreografia e elas dizem muito sobre a natureza de cada um dos strippers. O cafajeste, o sádico, o romântico. “Esse final é apoteótico”, avalia Jada. (AE)
