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Esporte As mulheres ganham mais do que os homens, disse a Federação de Futebol dos Estados Unidos

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A seleção feminina de futebol dos Estados Unidos foi tetra campeã da Copa do Mundo de Futebol Feminino neste ano. (Foto: Reprodução)

Na segunda-feira (29), a Federação de Futebol dos Estados Unidos divulgou dados detalhados sobre seu compromisso financeiro com o programa da seleção feminina de futebol que venceu a Copa do Mundo. A entidade entrou no debate sobre igualdade na remuneração semanas antes do início do processo de mediação que a seleção e a federação vão tentar para resolver o processo federal por discriminação de gênero aberto pelas jogadoras.

O presidente da federação, Carlos Cordeiro, delineou a posição da entidade em uma carta aberta. No documento, ele menciona números obtidos com base em uma análise conduzida pela federação sobre 10 anos de dados financeiros, que, em sua interpretação, demonstram que a seleção feminina recebeu mais dinheiro da federação americana do que seus colegas homens, nos 10 últimos anos.

Cordeiro também destacou as dezenas de milhões de dólares em  investimentos pela federação no futebol feminino, apontando especificamente para mais de US$ 18 milhões (R$ 68.2 milhões) em apoio à National Women’s Soccer League, a liga de futebol profissional criada em 2012, e para milhões de dólares adicionais em gastos com programas de futebol feminino juvenil.

O debate sobre igualdade na remuneração e no tratamento da seleção feminina estava acalorado já muito antes da equipe conquistar o quarto título inédito da Copa do Mundo. Na final, a equipe dos EUA derrotou a Holanda.

Antes do torneio, em março, 28 jogadoras da seleção dos Estados Unidos abriram processo contra a federação. Elas afirmaram serem vítimas de anos de “discriminação de gênero institucionalizada” que afetava não apenas sua renda mas quase todos os aspectos de suas interações com a federação.

A Copa do Mundo e o brilho que o título conferiu ao time resultaram em uma trégua inquieta entre a equipe e a federação, que se manteve enquanto as jogadoras eram celebradas pela torcida e políticos, e elogiadas em entrevistas e em participações em programas de TV. Mas a questão jamais foi resolvida.

As mulheres ouviram da torcida gritos de guerra de “pagamento igual!” antes mesmo de receberem suas medalhas pela Copa do Mundo, e dirigentes como Cordeiro foram apupados com o mesmo lema durante a parada que celebrou o título em Nova York.

Cordeiro disse que a federação havia tomado a “decisão deliberada” de não entrar na briga quanto à igualdade na remuneração enquanto a equipe preparava a defesa de seu título mundial, mas a carta dele parece ter sido um reconhecimento de que os acontecimentos recentes — entre os quais pressão de grandes empresas e de pelo menos um patrocinador da federação, além de esforços do Congresso que podem dificultar as verbas de preparação para a Copa do Mundo da América do Norte em 2026 — forçavam um envolvimento da federação.

Não estava claro como a carta de Cordeiro seria recebida pelas jogadoras. As indicações iniciais eram de que não muito bem: uma declaração da associação de jogadoras da seleção feminina definia as conclusões da carta da federação como “completamente falsas” e sua veiculação como uma “artimanha” para mudar o debate que a federação estava perdendo no foro público.

Cordeiro definiu as vencedoras da Copa do Mundo como “uma inspiração para todos nós e algumas das maiores atletas que nosso país já produziu”.

Ao mesmo tempo, o dirigente invocou argumentos conhecidos sobre os motivos para a diferença de pagamento. Ele afirmou ser difícil comparar a remuneração da seleção masculina e a da feminina em razão de estruturas diferentes de pagamento; que havia uma vasta diferença nos prêmios que a Fifa paga em torneios femininos e masculinos, que distorce qualquer comparação de remuneração; e que a seleção feminina havia produzido receitas por jogo equivalentes em média à metade das geradas pela seleção masculina, nos 10 anos em estudo.

“Ainda assim”, ele escreveu, “como qualquer organização a federação reconhece que há o que melhorar”. Cordeiro afirmou que a federação ‘tem o compromisso de fazer o certo pelas nossas jogadoras”.

“Juntos”, ele afirmou, “creio que possamos fazê-lo”.

A reação à carta por parte da união das jogadoras, porém, indica que ele pode ter calculado mal.

“Essa foi uma tentativa triste da federação para reduzir a maré fortíssima de apoio que a seleção feminina recebeu de todos os lados, dos torcedores e patrocinadores ao Congresso”, afirmou Molly Levinson, porta-voz da união das jogadoras, em comunicado. “A federação admitiu repetidamente que as mulheres não recebem pagamento igual e que não acredita que as mulheres mereçam pagamento igual”.

A união afirma que a federação inclui em suas contas os salários que as jogadoras recebem em seus clubes, para inflar o valor do pagamento da seleção.

​”Os números da federação não são um ‘esclarecimento’”, afirmou Lewinson em sua ácida declaração.”São uma artimanha”.

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https://www.osul.com.br/as-mulheres-ganham-mais-do-que-os-homens-disse-a-federacao-de-futebol-dos-estados-unidos/ As mulheres ganham mais do que os homens, disse a Federação de Futebol dos Estados Unidos 2019-07-30
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