Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2018
A Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul) informou na sexta-feira (01) que as perdas da indústria gaúcha com a greve dos caminhoneiros chegam a quase R$ 3 bilhões em termos de faturamento. Segundo o presidente da entidade, Gilberto Porcello Petry, a recuperação do setor pode levar até dez dias.
“Se aplicarmos um ICMS médio de 12% sobre este valor, seriam R$ 350 milhões que o Estado teria dificuldades para recolher, e as empresas terão menos para cumprirem seus compromissos”, afirmou Petry. De acordo com ele, o ciclo de recuperação varia de empresa para empresa, de acordo com o tipo de negócio. “Algumas se recuperam mais rapidamente, outras menos. Depende do insumo que elas recebem e como está organizada sua cadeia de fabricação e entrega de produtos”, explicou.
O levantamento realizado pela Fiergs não inclui o custo que muitas indústrias terão para a retomada das suas atividades, tais como aquecimento de caldeiras e fornos, limpeza e manutenção de máquinas que não poderiam parar. Também não inclui o impacto nas indústrias exportadoras, cujas perdas não significam apenas redução de faturamento por não embarcarem os seus produtos, mas também cancelamentos e multas pelo atraso na entrega.
Na quarta-feira (30), o presidente da Fiergs, que também é vice-presidente eleito da CNI (Confederação Nacional da Indústria), se reuniu, em Brasília, com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Durante o encontro, foi abordada a urgência de medidas que garantissem o retorno à normalidade dos transportes no País. “Fizemos algumas solicitações no sentindo de amainar o prejuízo das empresas, como revalidações de notas fiscais de caminhões parados com notas fiscais que venceram”, disse o dirigente. Além disso, foi sugerida a criação de uma linha de crédito para a indústria poder fazer frente aos desembolsos de caixa.
Frigoríficos
A Associação Brasileira de Proteína Animal informou que 163 unidades frigoríficas de todo o País relataram o reinício das atividades até sexta-feira, após a suspensão do abate e processamento como consequência direta da paralisação dos caminhoneiros.
A expectativa é de que, nos próximos dias, todas as agroindústrias produtoras e processadoras da avicultura e da suinocultura restabeleçam as atividades. A retomada acontece de forma gradativa. O setor espera que a produção recupere os padrões normais em 60 dias, para garantir a preservação da qualidade dos produtos que chegam ao consumidor.
Os pontos onde ocorreram falta grave de ração estão sendo supridos. Também ao longo dos próximos dias, representantes das agroindústrias farão levantamentos dos prejuízos acumulados nesse período de greve. A expectativa inicial é de mais de R$ 3 bilhões, entre perdas de comercialização no mercado interno, animais mortos, custos logísticos e perdas de contratos na exportação.