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Saúde As pessoas estão vivendo cada vez mais. E é cada vez mais comum as famílias terem uma trisavó

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Maria da Penha Gomes, 90 anos, orgulha-se de seus trinetos. (Foto: Fábio Gonçalves/AD)

Chamadas e confundidas com tataravós (que, na verdade, são as mães das trisavós), as mães das bisavós deixaram de ser apenas figuras dos álbuns de famílias em fotos desgastadas em preto e branco. Agora, estão em carne e osso para contar as suas próprias histórias. As primeiras donas das relíquias deixadas para as proles hoje fazem parte do cenário familiar e conhecem suas quintas gerações.

O fator principal que explica esse fenômeno, segundo o Cepe (Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento), do Instituto Vital Brazil, é o aumento da expectativa de vida dos brasileiros. De acordo com o levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2013, a média de idade subiu para 74,9 anos.

A pesquisa do IBGE comprova que as mulheres têm expectativa de 78,6 anos. Elas vivem muito mais do que os homens, cuja média de vida atualmente é de 71,3 anos, segundo o estudo.

A festeira e saudável Enid Destri, 90 anos, por exemplo, conta que até joga bola com o seu trineto. “Quando o Kadu, 4, me vê, quer jogar bola na mesma hora. Ele me pede: ‘vamos, Tatá, vamos!’ Se avó faz todas as vontades, imagina a trisavó? Eu tenho que fazer tudo, né? Uma vez quase caí no chão. A emoção com a quinta geração é muito mais forte. Quando eu vejo o Kadu, parece que o mundo todo se ilumina”, explica a Tatá, como é chamada carinhosamente pelo pequeno.

Com dez trinetos, Maria da Penha Gomes, 90, entende do que é ser trisavó. Segundo ela, que faz questão de se encontrar semanalmente com eles, a relação e a emoção com a quinta geração é diferente: “Os netos querem saber das histórias, os bisnetos, um pouco menos. Já os trinetos querem brincar e tentar me explicar coisas que eu não entendo. Essa geração está mais inteligente. Quanto mais o tempo passa, mais a gente se apega à safra nova”.

Wanda Chamusca, que completará 97 anos em outubro, diz que tem dois motivos para se gabar: seu trineto Bernardo, de seis meses, e sua saúde. “Deus quis que eu vivesse até essa idade para ter a honra de conhecê-lo, coisa que eu nunca imaginei na vida. E ele é lindo. Me olha e já começa a sorrir. E fica tentando se pendurar em mim”, relata.

Para a mãe de Bernardo, Danielle Villela, 27, ter Wanda presente nos eventos familiares é um privilégio incomparável. “Agora, ele não entende a importância disso, mas depois vou mostrar as fotos dos dois juntos e contar as histórias desses encontros com o maior orgulho”, diz.

Idosos mais saudáveis.

De acordo com o pesquisador do Cepe e especialista em psiquiatria geriátrica, Annibal Truzzi, o maior número de trisavós se deve a dois fatores: o controle mais eficaz de doenças que eram potencialmente fatais e a redução da taxa de nascimentos na população.

“Como as pessoas estão tendo menos filhos, isso gera um processo de transição demográfica. Ou seja, a população fica com menos crianças e, consequentemente, com cada vez mais pessoas mais velhas. Aliado a isso, doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, estão mais controladas do que antigamente e, por isso, as pessoas vivem mais”, explica.

Segundo Truzzi, o maior desafio do centro de estudo, é promover ações sociais rápidas para essa população.

“Os países da Europa, que também tiveram esse aumento da expectativa de vida, tiveram mais tempo para se preparar. Aqui, esse crescimento foi mais rápido. Por isso, ainda faltam profissionais de saúde especializados em idosos. E há poucos recursos para o tratamento deles e abrigos de qualidade”, observa.

Conforme o último censo do IBGE, Porto Alegre é a capital brasileira com o maior percentual de idosos sobre o total da população, representando 15,04%. Em números absolutos são 211.896 pessoas com mais de 60 anos. (AD)

tags: Saúde

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https://www.osul.com.br/as-pessoas-estao-vivendo-cada-vez-mais-e-e-cada-vez-mais-comum-as-familias-terem-uma-trisavo/ As pessoas estão vivendo cada vez mais. E é cada vez mais comum as famílias terem uma trisavó 2015-06-30
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