Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

| Astrofísico lista em livro os erros geniais de grandes cientistas

Compartilhe esta notícia:

Albert Einstein é uma das vedetes do livro. (Foto: Reprodução)

Ideias científicas revolucionárias carregam sempre consigo uma grande dose de risco. Afinal, se são revolucionárias, ninguém as teve antes. Se ninguém as teve, ninguém as testou. E se ninguém as testou, há boa chance de que estejam erradas.

Por isso admiramos os grandes cientistas, aqueles que promoveram saltos no modo de entendermos o mundo. Quando eles acertam em cheio em grandes alvos, tendemos a desprezar seus erros. Cria-se o mito de que grandes mentes não cometem enganos.

Para desmanchar essa impressão, o astrofísico israelo-americano Mario Livio escreveu “Tolices Brilhantes” (350 págs., 52,90 reais, Editora Record), um livro que aborda grandes erros cometidos por grandes cientistas.

Conhecido por seu trabalho de décadas no Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, em Baltimore (EUA), Livio coleciona em seu livro uma lista de exemplos de respeito: Charles Darwin, lorde Kelvin, Linus Pauling, Fred Hoyle e Albert Einstein.

Alguns, naturalmente, são mais conhecidos que outros, mas todos são tidos universalmente como grandes gênios da ciência. E todos tiveram uma casca de banana para chamar de sua.

É reconfortante para o resto de nós saber que até as maiores mentes cometem erros sérios”, disse Livio ao jornal Folha de S.Paulo, mencionando uma das razões para ter escolhido este tema para o livro.

Ele admite, contudo, que há uma motivação mais profunda. “O modo como o progresso na ciência e, de fato, nos empreendimentos mais criativos, é descrito quando você aprende sobre ele na escola, na universidade e na imprensa, é sempre como se fosse um tipo de caminho direto, uma marcha para a verdade, de A até B. E qualquer um que já tenha se engajado nesses empreendimentos sabe que nada poderia estar mais longe da verdade.”

Ao enfatizar que, mesmo para os mais bem-sucedidos pesquisadores, esse caminho é tortuoso, Livio espera levar ao público uma visão mais madura de como o edifício da ciência é construído.

Ela progride em um caminho de zigue-zague”, diz. “Nós temos muitos falsos inícios e muitos becos sem saída. Em muitas ocasiões você precisa retornar ao ponto de partida e assim por diante.”

O pesquisador enfatiza – e fica claro no livro – que a intenção jamais foi denegrir a imagem desses cientistas, e sim mostrar o processo natural de progresso científico. “Você vai notar que meu livro é chamado Tolices Brilhantes. Não é chamado Tolices Toscas‘”, brinca Livio.

Esses não são erros que as pessoas cometeram porque foram descuidadas. Todos esses enganos foram feitos com reflexão cuidadosa sobre eles, e todos os erros que eu descrevo no livro no fim das contas levaram de fato a avanços.”

Ao eleger seus cinco “alvos”, Livio se preocupou em não recuar demais no tempo, limitando-se a meados do século 19, e em escolher de fato grandes cientistas (“e não só, sabe, cientistas OK”).

As vedetes do livro, naturalmente, são Darwin e Einstein – indiscutivelmente os dois cientistas mais influentes dos últimos 200 anos.

No caso do primeiro, Livio atribui a ele a dificuldade de perceber uma inconsistência interna em seu próprio trabalho, ao adotar, no bojo da teoria da evolução por seleção natural, um mecanismo de hereditariedade “por mistura”, então vigente na época, mas completamente inconsistente com sua própria teoria.

O problema perseguiria Darwin pelos anos seguinte e só seria resolvido quando os trabalhos de Gregor Mendel fossem descobertos, fornecendo pistas do real mecanismo de hereditariedade –este totalmente compatível com a evolução darwiniana.

Já com Einstein, o caso é bastante conhecido: a famosa constante cosmológica, que ele introduziu às equações da relatividade geral em 1917 por razões puramente ideológicas – para manter o Universo estático.

Depois que Edwin Hubble provou que o cosmos estava em expansão, Einstein abandonou a constante cosmológica, e a rotulou como um grande erro de sua carreira. (Salvador Nogueira/Folhapress)

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de |

Windows 10 será a última versão do sistema, segundo a Microsoft
Os cinco maiores acidentes com voos tripulados ao espaço
https://www.osul.com.br/astrofisico-lista-em-livro-os-erros-geniais-de-grandes-cientistas/ Astrofísico lista em livro os erros geniais de grandes cientistas 2017-07-24
Deixe seu comentário
Pode te interessar