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| Ataque a judeus em Porto Alegre: confira o primeiro dia de júri, com depoimentos de vítimas, testemunhas e réu

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Seis testemunhas e um réu foram ouvidos, além das vítimas. Juíza Cristiane Busatto Zardo conduz o julgamento. (Foto: Divulgação/TJ)

Na manhã desta quinta-feira (21) ocorreu o primeiro dia do julgamento popular dos três acusados de atacar um grupo de judeus no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, no ano de 2005. O caso já está no terceiro júri, o primeiro teve três condenações e o segundo foi cancelado. Durante o julgamento foram apresentados depoimento das vítimas do crime, de seis testemunhas (três de de acusação e três, de defesa), e de um dos réus.

Em novembro do ano passado, o júri dos réus Daniel Vieira Sperk, Marcelo Moraes Cecílio e Leandro Comaru Jachetti havia sido cancelado, depois dos jurados manifestarem interesse em ouvir uma nova testemunha – um homem que chegou a ser réu, mas foi excluído do processo.

Por volta das 9h30, foi feito o sorteio dos jurados e a sessão foi iniciada com o depoimento das vítimas. Alan Floyd Gisztejn narrou o ataque: “saí correndo logo que fui agredido. Fugi do bar. Fiquei na Rua Sofia Veloso. Respirei um pouco. No que eu voltei, vi o Rodrigo sendo agredido. Só não sabia que ele estava sendo esfaqueado”, relembrou. Ele contou no júri também que ficou com medo de uma nova agressão, e que só voltou a usar o quipá durante uma viagem a Israel.

A segunda vítima, Rodrigo Fontella, passou por situação parecida, conforme seu depoimento. “Depois deste fato eu fiquei paranoico, com medo de sair (…) Hoje eu só quero que tenha justiça”, disse.

Testemunhas

Após depoimentos das vítimas, foram ouvidas as testemunhas de acusação. Um médico que ajudou os agredidos informou ao júri que os réus seguiram com as agressões mesmo sem reação.

Uma advogada e professora, que também presenciou o crime, descreveu as roupas dos acusados. “Eu estava no bar, eles estavam todos caracterizados. Não existe um judeu no mundo que não reconheça um skinhead”, disse a testemunha.

A sessão teve uma pausa e retornou por volta das 20h para o interrogatório das testemunhas de defesa. Um professor de artes marciais, que deu aula para Leandro Comaru Jachetti, foi convocado pelos advogados dele para prestar seus esclarecimentos.

A companheira de Jachetti e um familiar de Marcelo Moraes Cecílio também falou pela defesa.

Primeiro réu a depôr

Por volta das 21h, teve início o depoimento do primeiro réu no caso, Marcelo Moraes Cecílio. Nos primeiros instantes, ele confirmou que esteve no bar, para o aniversário de conhecidos. Relatou que foi ao banheiro e, quando saiu, o lugar já estava vazio, e que não chegou a ver a briga.

Cecílio também disse não ter preconceito e negou ter sido skinhead. Ao ser confrontado pela promotora, lembrando que ele disse em depoimento anterior ser skinhead, ele negou ter feito essa afirmação. O júri foi encerrado por volta das 22h45, e deve ser retomado com os depoimentos dos outros dois réus.

Relembre o caso

Na madrugada de 8 de maio de 2005, Rodrigo Fontella Matheus, Edson Nieves Santanna Júnior e Alan Floyd Gipsztejn caminhavam pela esquina das ruas Lima e Silva e República, no bairro Cidade Baixa, na capital gaúcha, quando foram atacados por um grupo de skinheads, de ideologia neonazista.

Os agredidos usavam quipá, pequeno chapéu em forma de circunferência, usado pelos judeus. O grupo de agressores estava dentro de um bar quando avistou os rapazes em frente ao estabelecimento.

Em setembro de 2018, outros três réus foram condenados a mais de 12 anos de prisão, dois deles recorrem em liberdade. Ao todo, são 14 réus em processos e julgamentos que foram divididos devido ao grande número de acusados.

Todos são investigados por motivações raciais, já que foram apontados por integrar um grupo de skinheads (extremistas de direita, defensores da supremacia dos brancos sobre outras raças) que pregava ódio contra judeus, homossexuais e negros.

O Ministério Público aponta os réus como os responsáveis por espancar e esfaquear uma das vítimas do ataque que aconteceu há 14 anos.

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