Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2017
Uma onda de ciberataques “sem precedentes” ainda atingia neste sábado, 13, uma centena de países em todo o mundo, afetando o funcionamento de muitas empresas e organizações, entre elas os hospitais britânicos, a gigante espanhola Telefónica ou o construtor francês Renault.
“O ataque é de um nível sem precedentes e exigirá uma complexa investigação internacional para identificar os culpados”, indicou em um comunicado o serviço europeu de polícia, Europol. O Serviço Público de Saúde britânico (NHS), quinto empregador do mundo, com 1,7 milhão de trabalhadores, parece ter sido a principal vítima no Reino Unido, e potencialmente a mais inquietante, por colocar seus pacientes em risco.
Mas está longe de ser a única. Dezenas de milhares de computadores de uma centena de países, entre eles Rússia, Espanha, México ou Itália, foram infectados na sexta-feira, 12, por um vírus “ransonware”, explorando uma falha nos sistemas Windows, exposta em documentos vazados da NSA (Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos).
O gigante americano do correio privado FedEx, o ministério do Interior russo e o construtor de automóveis francês Renault – que suspendeu sua produção em várias fábricas da França “para evitar a propagação do vírus” – indicaram neste sábado à AFP que também foram hackeados.
Também está envolvida a companhia ferroviária pública alemã. Embora os painéis das estações tenham sido hackeados, a Deutsche Bahn certificou que o ataque não teve nenhum impacto no tráfego. Segundo a empresa de segurança informática Kaspersky, a Rússia foi o país mais atingido pelos ataques. Os meios de comunicação russos afirmam que vários ministérios, assim como o banco Sberbank, também foram atacados.
O centro de monitoramento do Banco Central russo IT “detectou uma distribuição em massa do software daninho do primeiro e segundo tipo”, revela um comunicado do Banco Central citado pelas agências de notícias russas.
As autoridades americanas e britânicas aconselharam os particulares, as empresas e organizações afetadas a não pagarem os hackers, que exigem um resgate para desbloquear os computadores infectados.
“Recebemos múltiplos informes de contágios pelo vírus ‘ransonware'”, escreveu o ministério americano de Segurança Interior em um comunicado. “Particulares e organizações foram alertados a não pagar o resgate, já que este não garante que o acesso aos dados será restaurado”.
Na sexta-feira (12), nas redes sociais foram compartilhadas imagens de dezenas de telas de computadores do NHS que mostravam pedidos de pagamento de 300 dólares em bitcoins com a menção: “Ooops, seus arquivos foram encriptados!”.
O pagamento deve ser realizado em três dias, ou o preço duplica. Além disso, se a quantidade não for paga em sete dias, os arquivos hackeados serão eliminados, afirma a mensagem. (AG)