Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Quem imagina que os conflitos políticos são fortes, atualmente, deve voltar um pouco no tempo. Alguns não lembram e outros nem imaginam o que ocorreu há 60 anos:
no começo de janeiro de 1956, o presidente eleito da República, Juscelino Kubitschek, foi aos Estados Unidos. No dia em que chegou a Washigton e se reuniu com o National Press Club, Carlos Lacerda, seu adversário, publicou carta violenta no jornal The New York Times, acusando Juscelino de ter recebido apoio do Partido Comunista para vencer. Mais: era herdeiro de Getúlio Vargas, que adotava posições nacionalistas e anti-norteamericanas.
Correspondentes de jornais brasileiros em Washington constataram: o ataque de Lacerda não repercutiu.
Os leitores nos Estados Unidos não faziam julgamento à primeira vista, hábito mantido até hoje.
Para comprovar que o mundo dá voltas, em outubro de 1966 surgiu a Frente Ampla, movimento político lançado com o objetivo de lutar pela restauração do regime democrático.
Os líderes da Frente Ampla: Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek, adversários em 1956, mais João Goulart.
Em 1964, Lacerda tinha ajudado os militares a derrubarem Goulart da Presidência da República.
Os três uniram-se em 1966 para combater o regime militar e voltar à Democracia, reconquistada 19 anos depois. Democracia hoje tão depreciada por políticos que não merecem esse nome. Porque política e políticos não existem para roubalheiras.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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