Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de novembro de 2015
A capital francesa, Paris, se viu diante de ataques terroristas coordenados nessa sexta-feira (13), deixando pelo menos 128 mortos. Neste sábado (14), o país decretou estado de emergência, medida que não era tomada desde 2005. As luzes da torre Eiffel foram apagadas, em luto às vítimas do maior ataque da história da França. Em solo europeu, é o maior atentado desde 2004, quando separatistas tchechenos mataram 338 pessoas em uma escola em Beslan, na Rússia.
Conforme o Itamaraty, entre o grande número de feridos havia dois brasileiros que estavam no restaurante Le Petit Cambodge, um dos cenários de tiroteio, quando foram atingidos. Um deles levou três tiros nas costas e seu estado é bastante grave, segundo a consulesa-geral do Brasil na França, Maria Edileuza Fontenele Reis. Ele passava por cirurgia na noite dessa sexta-feira.
Homens armados abriram fogo em vários pontos da capital francesa. Houve explosões, com relatos de ataques suicidas, próximo ao Stade de France, onde a seleção de futebol do país jogava um amistoso contra a Alemanha. O presidente francês François Hollande, que estava no local, foi retirado por medida de segurança. Pela manhã, o hotel Molitor de Paris, onde estava hospedada a seleção alemã, foi evacuado devido a um alerta de bomba.
Em outros pontos da cidade, tiroteios deixaram mortos e feridos. Segundo a rede BBC, um homem usando uma arma automática abriu fogo no restaurante Le Petit Cambodge, onde estavam os dois brasileiros feridos.
O segundo tiroteio foi no bar Le Carillon. Por volta das 20h, foram informados novos ataques no shopping Central Les Halles e no restaurante La Belle Equipe. Um sétimo ataque ocorreu em uma estação de trem.
Mortes
A prefeitura de Paris confirmou mais de 100 mortes na casa de shows Bataclan, onde o público que aguardava pelo show da banda Eagles of Death Metal era mantido refém. Após quase duas horas, o Batalhão de Busca e Intervenção, força especial da polícia francesa, conseguiu entrar no local e, segundo Hollande, matou todos os terroristas que haviam atacado o espaço – o presidente não informou quantos eram os extremistas na boate.
Uma testemunha presente na casa disse que um dos atiradores gritava “pela Síria”. Há quatro dias, caças franceses destruíram um centro de distribuição de petróleo do grupo terrorista EI (Estado Islâmico) na Síria.
O Ministério das Relações Exteriores da França afirmou que os aeroportos do país permanecerão abertos e que as operações de voos e trens serão mantidas dentro do país. Alguns voos para a França foram cancelados.
O portal “Site”, que monitora as atividades de jihadistas na internet, informou que o EI assumiu a autoria dos ataques em Paris. Eles teriam escrito que a França “manda seus ataques aéreos para a Síria diariamente. Hoje vocês estão bebendo do mesmo cálice”. Os extremistas estariam prometendo ainda atentados a Washington (Estados Unidos), Londres (Reino Unido) e Roma (Itália).