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Por Redação O Sul | 7 de junho de 2017
Até o fim deste mês, farmácias em todo o País vão começar a vender o primeiro autoteste para detecção do HIV, o vírus causador da aids, autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para fabricação e comercialização no Brasil.
Batizado Action, o produto feito pela Orange Life é mais uma importante arma para o cumprimento aqui da chamada estratégia 90-90-90 do Programa Conjunto das Unaids (Nações Unidas sobre HIV/Aids) para acabar com a epidemia da doença, acredita o médico italiano Marco Collovati, fundador da empresa, sediada no Rio de Janeiro.
Isto porque o primeiro pilar da estratégia é justamente que até 2020 ao menos 90% das pessoas contaminadas pelo vírus saibam de seu status de soropositivas, continuando então para que pelo menos 90% delas recebam tratamento antirretroviral, de forma que no mínimo 90% dessa s tenham supressão de sua carga viral.
“O Brasil sempre foi líder mundial no combate e prevenção do HIV, passos à frente de outros países, mas o último que faltava era liberar os autotestes, já aprovados nos EUA, Reino Unido, França, Austrália e outros”, diz Collovati, destacando estimativas que apontam que cerca de 500 mil brasileiros com o vírus não sabem que são soropositivos. “Por isso acredito que no Brasil os autotestes terão maior impacto que no resto do mundo.”
Collovati cita como exemplo disso um indivíduo que more em uma cidade do interior “onde todos se conhecem” e tema expor sua condição de soropositivo ou outras questões privadas à comunidade ao buscar testagem numa instituição de saúde ou laboratório local.
“Por ser um vírus transmitido principalmente pela via sexual, há muito tabu em torno do HIV”, lembra. “Assim, bem ou mal esta pessoa vai se sentir exposta qualquer que seja o resultado, positivo ou negativo. Então o que ela vai fazer? Vai numa outra cidade? Não faz o exame? Com os autotestes, ela poderá ter sua resposta com bem menor exposição.” (AG)