Colunistas Atenção nacionalistas!
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Um distanciamento do episódio de votação de impeachment na tarde noite do último domingo se fez necessário para uma análise menos emocional do golpe perpetrado em nome da família e de Deus – ninguém acusou a presidenta de qualquer crime! Agora nas mãos do senado a ópera bufa vai para o segundo ato! O senador do PDT Lasier Martins já deu o tom das discussões naquela casa, entre piadas e um deixa prá lá digno de uma creche da terceira idade ele afirmou ter dito ao próprio Lupi, presidente do partido que o abrigou depois de idas e vindas ideológicas: “Lupi se você realmente ama a Dilma case com ela, mas deixe o PDT em paz!”.
Uma atitude machista preconceituosa que o preclaro senador só a fez por se tratar de uma mulher! Sexista, machista e inconsequente. Pois amanhã a presidenta eleita por 24 milhões e quinhentos mil eleitores viaja e o seu vice que até já preparou o discurso de posse pós-golpe vai assumir por três dias a caneta disputada a ferro e fogo.
O que está em jogo afinal? Seria de fato um combate à corrupção e essa foi a motriz de um plano maior? Ora enquanto o PT e a Dilma se mostravam republicanos a máquina demonstrou e ainda vai continuar demonstrando que é movida por outros interesses. O Congresso é o cenário da farsa da dita democracia? Como assim democracia, com decisões imperiais e seletivas! O judiciário palco de escolhidos por Deus através de concurso público consegue participar de um cenário no qual a presidenta sofre um processo de impeachment enquanto não conseguem definir, aliás definem hoje se o Lula pode ou não ser ministro. Sem definir se o réu Eduardo Cunha deve ser cassado por todos os crimes dos quais está acusado inclusive pelo governo da Suíça.
Atenção, nacionalistas busquem informações das três armas com visão estratégica. Como admitiu um executivo da Shell recentemente, o pré-sal brasileiro é um projeto prioritário para essa empresa pelas próximas 3 ou 4 décadas. O Plano de Articulação e Equipamento, que listava as necessidades da Marinha até 2031, incluía a fabricação ou aquisição de 15 submarinos de propulsão diesel-elétrica e seis de propulsão nuclear, dois navios-aeródromo (porta-aviões), quatro navios de propósitos múltiplos, 30 navios-escolta, 12 navios-patrulha oceânicos e 46 navios-patrulha de menor porte, entre outros.
O general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva: “Se ocorrer bloqueio naval da Bacia de Campos, nós simplesmente ficamos sem petróleo no Brasil. E é um trunfo forte na mão de uma potência para querer nos impor alguma coisa”. Todo projeto afundou com a Operação Lava-Jato. O mesmo ocorre com outras empresas que o Estado controla: o governo já anunciou a abertura de capital da Caixa e a tendência é que ocorra o mesmo com outros bancos, empresas de energia, água e saneamento, previdência.
As investigações da operação Lava-Jato e da Operação Zelotes terminarão em um grande “escondidinho” de impunidade saboreada durante uma suposta salvação nacional. Não é de hoje que os 2.014.283 quilômetros quadrados de Amazônia brasileira são objeto do desejo de alguns dos mais influentes atores no mapa geopolítico. Ali estão um quinto da água doce do planeta e o maior banco genético (15% de todas as espécies de plantas e animais conhecidas), além de enorme potencial econômico. Um exemplo: multiplicando o valor de cada minério pelos estoques já medidos no subsolo da Amazônia, excluído o petróleo, tem-se como resultado a impressionante quantia de US$ 7,2 trilhões.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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