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Por Redação O Sul | 15 de outubro de 2017
O atentado com dois caminhões-bomba cometido no sábado (14) em Mogadíscio, capital da Somália, matou ao menos 276 pessoas e deixou cerca de 300 feridos. Segundo a Agência Efe, a imprensa local e analistas creem que o grupo jihadista Al Shabab, ligado à rede Al Qaeda, está por trás do ataque. O grupo não se manifestou.
O incidente é o pior desse tipo já ocorrido na história do país africano, considerando o número de mortos, que ainda pode aumentar. A explosão foi próxima ao Safari Hotel e a um movimentado mercado da cidade. Os hospitais estão superlotados de feridos e há falta de medicamentos e bolsas de sangue. O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, decretou três dias de luto nacional.
De acordo com a imprensa somali, a maioria dos mortos eram civis, principalmente vendedores ambulantes. O diretor do Hospital Madina, Mohamed Yusuf Hassan, disse que ficou chocado com a escala do ataque. “Setenta e dois feridos foram internados no hospital e 25 deles estão em condições muito graves. Outros perderam as mãos e as pernas na cena”, afirmou. “O que aconteceu foi impressionante, eu nunca algo assim antes. Inúmeras pessoas perderam suas vidas.”
A Somália é um dos países que mais registram ataques terroristas no mundo. Os integrantes do grupo Al Shabab tentam derrubar o governo central apoiado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pela União Africana. São constantes os ataques a bases militares e alvos civis.O país vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado. Isso deixou o país sem um governo efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que respondem aos interesses de um clã determinado e grupos armados.
Em julho deste ano, o país africano apareceu na lista dos 10 países que concentram 75% dos ataques terroristas no mundo.O estudo foi do Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo e Reações ao Terrorismo, um “centro de excelência” do Departamento de Segurança Interior do governo dos Estados Unidos localizado na Universidade de Maryland.O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, condenou o atentado e pediu ao país que se una contra o terrorismo.
Em comunicado, Guterres pediu “a todos os somalis que se unam à luta contra o terrorismo e o extremismo violento e trabalhem lado a lado na construção de um Estado funcional e inclusivo”.