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Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2018
Nikolas Cruz, de 19 anos, o atirador que matou 17 pessoas na quarta-feira (14) em uma escola na Flórida, era um jovem amante das armas que havia sido expulso do colégio por razões de disciplina.
Ele chegou ao colégio Marjory Stoneman Douglas no horário de saída dos alunos com um rifle AR-15 e uma grande quantidade de munição, disparando o alarme de incêndio para atacar os estudantes quando estivessem abandonando o prédio. A polícia prendeu Nikolas Cruz na cidade vizinha de Coral Springs, cerca de uma hora após deixar a escola, aparentemente entre os estudantes que fugiam do local.
Nascido em setembro de 1998, Cruz havia publicado nas redes sociais mensagens “muito alarmantes”, indicou o xerife Scott Israel, do Condado de Broward. Ele não detalhou a natureza dos textos e insistiu na necessidade de denunciar esse tipo de publicação.
Um dia antes do ataque, o jovem postou um vídeo em uma rede social afirmando que “coisas ruins vão acontecer amanhã” (quarta-feira). A foto do atirador não foi divulgada pelas autoridades e uma conta no Instagram atribuída a ele foi apagada.
Cruz era conhecido no colégio como um aluno “problemático”, segundo várias testemunhas. “Ele teve problemas quando ameaçou estudantes em 2017. Acredito que lhe disseram que deveria abandonar o campus”, declarou ao jornal Miami Herald Jim Gard, professor de matemática que teve Cruz como aluno. Segundo Gard, a direção do colégio havia advertido que não se deveria permitir a entrada dele no local se estivesse portando um mochila em razão de suas ameaças.
Previsível
Um estudante entrevistado pela emissora local WSVN-7 explicou que o jovem era “um menino com problemas” que possuía armas em casa e falava em usá-las. “Ele disparava seu rifle porque lhe dava uma sensação de embriaguez”, disse.
Segundo o aluno Nicholas Coke, Cruz era um “solitário” que havia abandonado o colégio meses atrás para se mudar para o norte da Flórida, logo após a morte de sua mãe. Ele também teria feito uma preparação militar, segundo fontes do Pentágono que não deram mais detalhes a respeito.
Outro estudante entrevistado pela emissora WJXT afirmou que era previsível que Cruz cometesse um ataque. “Honestamente, muita gente dizia que seria ele” quem “entraria no colégio”, disse o jovem que não quis se identificar.
“Finalmente, todo mundo tinha falado”, acrescentou, destacando que Cruz conhecia bem o lugar e os procedimentos vigentes no colégio para casos de emergência. “Ele estava no segundo andar, conhecia a disposição das salas, sabia onde os alunos estariam”, explicou. “Ele estava habituado aos exercícios anti-incêndio, estava preparado.”
Brasileiros
O Consulado do Brasil em Miami informou que havia alguns estudantes brasileiros na Marjory Stoneman Douglas, mas que eles “se encontram bem e sob segurança”.