Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 9 de maio de 2018
O governo do Rio Grande do Sul e a prefeitura de Santa Maria informaram, no final da tarde de terça-feira (08), que há 792 casos de toxoplasmose notificados no município. Desse total, 218 foram confirmados com a contraprova em laboratório, sendo 20 em gestantes.
As autoridades afirmaram que, desde o início da confirmação do surto de toxoplasmose na cidade, têm trabalhado para dar assistência e tratamento imediato às pessoas contaminadas, especialmente às gestantes, que compõem o grupo de risco. Como medidas imediatas, foram comprados mais remédios – que estão sendo disponibilizados na Farmácia Central – e uma equipe do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde está em Santa Maria para ajudar a encontrar a origem e a forma de contaminação.
Na semana passada, foi anunciada a abertura de um ambulatório específico para exames oftalmológicos em pacientes suspeitos ou portadores da doença, o credenciamento de laboratórios para a realização de exames e a busca, junto ao Ministério da Saúde, de mais medicamentos para tratar a doença.
A toxoplasmose é uma zoonose causada por um protozoário, o Toxoplasma gondii. A transmissão pode ocorrer por via transplacentária, ingestão de água e alimentos contaminados, transplante de órgãos ou transfusão sanguínea de doador infectado.
O período de incubação é, em geral, de dez a 23 dias no caso de carne crua ou mal cozida e de cinco a 20 dias no caso de contaminação direta pelas fezes dos gatos. O quadro clínico pode variar desde infecção assintomática a manifestações sistêmicas graves. Casos sintomáticos agudos em geral apresentam febre, dores no corpo e na cabeça e aumento dos linfonodos. Há casos em que ocorre pneumonia difusa, miocardite (inflamação do miocárdio), miosite (inflamação muscular), hepatite ou encefalite (inflamação do cérebro).
Também pode cursar com hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e do baço), plaquetopenia (número baixo de plaquetas) e leucocitose linfocítica (aumento do número de linfócitos). O tratamento de casos agudos é controverso, mas há consenso no tratamento de gestantes, recém-nascidos, portadores de lesões oftalmológicas e imunodeprimidos.
Prevenção
Para prevenir a doença, evite comer alimentos crus; não prove a carne crua durante a preparação; coma verduras e legumes sempre bem lavados; congele a carne por três dias, a 15ºC negativos; lave bem as mãos após manipular carnes cruas e antes de comer; evite contato com fezes dos gatos ou lave bem as mãos após isso ocorrer; mantenha seu gato bem alimentado para que ele não precise caçar para comer; nunca lhe dê carne crua; evite que ele ande pelas ruas; a caixa de dejetos dos gatos deve ser renovada a cada três dias e colocada ao sol com frequência.
Cães também podem transmitir toxoplasmose ao sujarem o pelo no solo onde haja fezes de gato; evite acariciar cães que andem soltos; controle ratos e insetos como moscas, baratas e formigas, descartando corretamente o lixo doméstico e os dejetos das criações de animais; lave bem as mãos e as unhas após trabalhar na terra (horta ou jardim). A água pode ser contaminada por fezes de gatos. Mantenha os reservatórios bem fechados e se a água não for tratada, deve ser fervida antes do consumo.